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Estado de Minas

Com investimentos, custo de um voo internacional em Confins deve cair até US$ 300

Melhoria da qualidade dos serviços e da infraestrutura associadas à política de desconto nas tarifas para atrair as companhias aéreas deve resultar em preços mais baixos para os passageiros.


postado em 04/01/2014 06:00 / atualizado em 04/01/2014 07:03

De olho na internacionalização, ao longo das próximas três décadas, o valor correspondente à construção de um aeroporto e meio será investido pelas concessionárias na repaginação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. No período, o consórcio AeroBrasil, vencedor do leilão para administrá-lo até 2043, terá que desembolsar R$ 3,5 bilhões na ampliação da capacidade operacional do terminal metropolitano. O montante é 50% superior aos R$ 2,33 bilhões, segundo valores corrigidos pela inflação do período, investidos até 1984 na obra para tirar do papel o segundo terminal da Grande BH. As melhorias devem permitir redução de até US$ 300 dólares em voos para o exterior. No terceiro dia da série de reportagens sobre os 30 anos do aeroporto, o Estado de Minas mostra que ficará nas mãos da iniciativa privada a busca por mais rotas internacionais e maior qualidade no serviço. Na mira, estão rotas para Nova Iorque (EUA), África do Sul e Bogotá (Colômbia), em estudo pelo governo estadual.

A concessão dos cinco aeroportos mais movimentados do país deve aumentar a concorrência no setor. A melhoria da qualidade dos serviços e da infraestrutura associadas à política de desconto nas tarifas para atrair as companhias aéreas deve resultar em preços mais baixos para os passageiros. Segundo o subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Luiz Antônio Athayde, a expectativa é de que o usuário tenha redução entre US$ 200 e US$ 300 no custo de uma viagem internacional, considerando desde o transporte até o valor da tarifa. “Você não imagina o efeito que terá nos preços das passagens”, diz.

Entre as obras que devem diminuir o custo está a implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT), modal que ligará o aeroporto internacional à rodoviária de Belo Horizonte, passando pelo terminal da Pampulha e pelo Mineirão. Com 10 paradas, o percurso seria concluído em 38 minutos por uma composição expressa, podendo transportar até 250 mil pessoas por dia, sendo 16 mil para o aeroporto. O procedimento de manifestação de interesse está previsto para o primeiro semestre. A proposta é que uma empresa seja escolhida para construir e operar o sistema por 30 anos, em um investimento de US$ 1,2 bilhão.


Passageiros Este ano, por causa da Copa’2014, finalmente Confins pode atingir a marca de movimentação prevista na época da construção para o ano 2000, de 11,5 milhões de passageiros por ano. Os estudos elaborados em plena década de 1970, durante o chamado milagre econômico (no auge da ditadura militar a economia crescia a dois dígitos ano a ano), projetavam avanço acelerado da demanda por voos no país. Mas a projeção nunca se efetivou, ficando muito aquém do esperado.
Inclusive o projeto elaborado na época da construção estabelecia a implantação de outros três terminais de passageiros até 1990. Com isso, a capacidade operacional seria elevada para 20 milhões, o que seria suficiente para suportar a suposta demanda crescente das duas décadas futuras, ou seja até 2004. O segundo terminal deve começar a ser construído imediatamente depois de as empresas assumirem a administração do aeroporto. Até abril de 2016, o edifício, com pelo menos 14 pontes de embarque, deve estar em funcionamento. Mas um terceiro terminal deve ser construído para suportar a demanda, projetada para 43 milhões de passageiros/ano em 2043.

Interior O plano de desenvolvimento de aeroportos regionais deve permitir que mais 3 milhões de mineiros voem do interior para capital até 2017, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico. Em vez das 12 ligações, a expectativa é que sejam 30 municípios conectados com BH. “Acredito que vamos atingir a demanda muito antes de 30 anos. Até 2030, teremos 40 milhões de passageiros/ano. Pela primeira vez, vamos ter a chance de concorrer (com os outros aeroportos). Estávamos fora de jogo”, avalia Athayde sobre a entrada de operadores privados no Tancredo Neves.

 

Outra pista a caminho

 

A segunda pista de pouso do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, outra obra prevista no projeto de construção, também deve finalmente ser construída. O prazo dado ao grupo que vai operá-lo é um pouco mais longo que o do terminal de passageiros, até 2020. As duas intervenções, consideradas prioritárias nos 30 anos de concessão, devem funcionar como alavanca para impulsionar o fluxo internacional. Em entrevistas depois do leilão, os diretores do consórcio AeroBrasil colocaram como uma das prioridades a ampliação do número de conexões com o exterior. “O mix de destinos certamente é uma prioridade e vamos dedicar grande atenção a este aspecto”, disse o diretor de Desenvolvimento de Negócios Internacionais da Flughafen Zürich AG (operadora do aeroporto de Zurique), Martin Fernandez, em entrevista ao EM, reforçando a posição de representante do grupo CCR no dia do leilão.

A companhia suíça associada à operadora do aeroporto de Munique e ao grupo de engenharia CCR (associação entre Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa) formam o AeroBrasil. Por coincidência, a Andrade Gutierrez também participou do consórcio construtor do aeroporto, à época com a também mineira Mendes Júnior.

As duas pistas, com 3,6 mil e 4 mil metros de extensão (a atual está em obras para acrescer 600 metros aos 3 mil metros atuais), servirão como carta branca para que aeronaves de maior porte possam subir e descer em Confins com carga máxima. Atualmente, aviões de grande porte, como o Boeing 747-400 não podem operar com carga e combustível máximo, o que de certa forma limita o alcance dos voos que partem do aeroporto mineiro. Ou seja, abrem-se as portas para a Europa, Ásia e outros destinos mais distantes.

Movimento Atualmente, segundo estudo feito pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, apenas 54,93% do US$ 1,7 bilhão de mercadorias importados por via aérea por Minas Gerais entram pelo aeroporto internacional. Juntos, Guarulhos e Viracopos respondem por 35% do restante. A situação é mais complicada se consideradas as exportações. Dos US$ 2,4 bilhões que Minas exporta pelos ares, somente 8,7% saem pelo aeroporto mineiro. Enquanto isso, por Guarulhos passam mais de três quartos do total. A fatia tem condição de ser ampliada, mas não o é devido à insuficiência de voos internacionais.

A nova construção deve ser preponderante para o aumento do transporte de carga no aeroporto, aumentando assim a concorrência com Viracopos no setor, além de ser a oportunidade para que finalmente os projetos de aeroporto-indústria e aerotrópolis decolem. “Potencial o aeroporto tem. Mas os outros terão condição de se tornar mais fortes. Vai depender das empresas (operadoras). Pode ser o terceiro, mas pode ficar em quinto”, afirma o presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Lincoln Gonçalves Fernandes, sobre a concorrência que Confins vai ter com Galeão, Guarulhos, Viracopos e Brasília e a possibilidade de subir no ranking nacional de movimentação.


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