A liberação de recursos para financiamentos de veículos apresentou redução de 8,5% em novembro, para R$ 9,6 bilhões em crédito, na comparação com outubro de 2013, quando foram concedidos R$ 10,5 bilhões, informou nesta terça-feira, 7, a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
Segundo a instituição, o crédito continuou refletindo a indefinição dos últimos meses do ano nas vendas de veículos, com questões como a retomada do IPI e a obrigatoriedade de itens de segurança, como ABS e airbag. No acumulado do ano até novembro, o saldo total da carteira de financiamentos apresentou recuo de 5,3%, atingindo R$ 229,4 bilhões. No últimos doze meses (novembro de 2013 até o mesmo mês de 2012, quando alcançou R$ 241 bilhões), a queda foi de 4,8%. Apesar de os números de financiamentos não apresentarem sinais de recuperação nos últimos meses do ano, segundo a Anef, índices de inadimplência também perderam a força, o que deixa os bancos de montadora mais otimistas.
A falta de pagamento de contratos de financiamento (CDC) acima de 90 dias, no caso de pessoa física, apresentou queda de 0,1 ponto porcentual em novembro, ficando em 5,3%. Os atrasos acima de 30 dias tiveram a mesma redução, passando de 8,1% para 8%.
De acordo com o presidente da Anef, Décio Carbonari de Almeida, as seguidas quedas de inadimplência mantêm a expectativa de que o mercado se recupere em 2014. "Esta sensível melhora nos índices de inadimplência poderá contribuir para que as instituições introduzam alterações em suas respectivas políticas de crédito, permitindo certo alívio na rigidez das avaliações das propostas", afirmou, em nota. "Além disso, a recente definição sobre a obrigatoriedade de itens de segurança nos veículos zero-quilômetro e a nova estratégia para recomposição da alíquota do IPI deixam o cenário mais claro. Embora possam aumentar o valor para o consumidor final, fazem com que ele tenha mais agilidade na tomada de decisão sobre a compra", completou.
Juros
De acordo com os dados divulgados pela Anef, seus associados praticaram em novembro passado uma taxa média de juros de 1,27% ao mês, 0,2 ponto porcentual acima da efetivada em outubro, que foi de 1,25%. Com isso, a taxa média anual atingiu 16,35%, contra 16,08% do mês anterior.
Nos bancos de varejo, segundo os números da associação, a taxa média praticada no financiamento de veículos (no CDC para pessoa física) em novembro passou de 1,59% ao mês e 20,8% ao ano para 1 62% a.m e 21,2% a.a, respectivamente. Já nos contratos para pessoa jurídica, as taxas recuaram de 1,35% ao mês e 17,5% ao ano para 1,34% a.m e 17,3% a.a. No período a taxa básica de juros da economia, a Selic, registrou elevação de 0,76% ao mês para 0,80% ao mês e de 9,50% ao ano para 10% ao ano.