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Estado de Minas

Queda da inflação da zona do euro coloca BCE no centro das atenções


postado em 07/01/2014 16:18

A nova queda da inflação em dezembro na zona do euro reacendeu o risco de deflação e dirige todas as atenções para o Banco Central Europeu (BCE), o único que tem a chave para reativar a economia. A inflação anual em dezembro foi de 0,8%, segundo a primeira estimativa publicada nesta terça-feira pela agência europeia de estatísticas, Eurostat.

Em novembro, a evolução dos preços se elevou a 0,9%, o que deu então um respiro ao bloco da moeda única que registrou, em outubro, a inflação mais baixa da história, 0,7%, despertando o temor de deflação. A evolução de preços não chegou a este mínimo histórico, mas os preços dos serviços caíram 1% em dezembro em relação a 1,4% do mês anterior e 1,8% em dezembro de 2012, "um novo mínimo histórico".

Os analistas se preocupam com um "novo risco deflacionário" na zona do euro e esperam ansiosos uma eventual ação do Banco Central Europeu (BCE). Os preços da energia não registraram mudanças em relação ao mês anterior, enquanto os alimentos, o álcool e o tabaco impulsionaram o índice geral de dezembro, ao registrar uma evolução de preços de 1,8% contra 1,6% em novembro. A evolução dos preços nesses setores é a mais volátil dos produtos que compõem a cesta de referência de preços.

"Com a evolução dos preços nos serviços caindo a 1%, o núcleo da inflação foi de apenas 0,7% (em dezembro), o que significa claramente o risco de deflação na zona do euro", considerou Peter Vanden Houte do banco ING. Ben May, do Capital Economics, também teme um episódio de deflação já que "há poucos sinais que preveem a inversão da tendência".



A deflação é um fenômeno nocivo para o dinamismo de uma economia, já que adia as decisões de compra - com a expectativa de que os preços continuem caindo - e desestimula os investimentos. Essas novas cifras da inflação voltam todas as atenções ao BCE, cuja reunião mensal será na quinta-feira e que, no começo de novembro, cortou sua principal taxa de juros a 0,25%, um mínimo histórico, para afastar o risco de deflação.

A zona do euro saiu, no segundo trimestre de 2013, de uma recessão de 18 meses, com um crescimento de 0,3%, mas no terceiro trimestre desse ano cresceu apenas 0,1%, o que levou o BCE a idealizar novas medidas para tentar dinamizar a economia do bloco, abalada pela crise da dívida.

A situação geral "aumenta a pressão para que o BCE atue a favor de um apoio à economia", disse Ben May. Em dezembro, o presidente do BCE, Mario Draghi, alertou que a inflação na zona do euro permanecerá abaixo da meta da instituição, de 2%. Draghi sugeriu que a zona do euro se encaminha a um "período prolongado de inflação baixa antes de uma recuperação gradual da evolução dos preços", mas informou que não prevê deflação.

Segundo os analistas, o BCE manterá, contudo, sua política monetária na reunião de quinta-feira, mas "se espera que atue mais nos próximos meses", informou Ben May, já que, segundo Howard Archer da Global Insight, a instituição do Frankfurt estará incomodada com esta nova queda da inflação. Segundon Archer, o BCE poderia, nos próximos meses, realizar novos empréstimos a longo prazo aos bancos, como em 2011 e 2012, e inclusive reduzir sua principal taxa de juros a 0,1% ou 0,0%.


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