O mercado de veículos novos no país deve permanecer aquecido ao longo deste ano e a produção no setor poderá alcançar novo recorde, porém, o ritmo de crescimento tende a perder força, segundo as projeções divulgadas hoje pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O presidente da entidade, Luiz Moan, estimou uma alta de 1,1% no total de licenciamentos de veículos novos nacionais e importados ante uma queda, em 2013, de 0,9%.
Na produção, a previsão é crescer 0,7%. Embora essa variação esteja abaixo dos 9,9% de crescimento em 2013, caso se confirme, a indústria estará, novamente, fechando o exercício com o maior volume de unidades fabricadas. De janeiro a dezembro de 2013, saíram das linhas de montagem 3,740 milhões de unidades, a maior marca da história do setor. Em 2012, o total foi 3,402 milhões, ligeiramente inferior a 2011 com 3,416 milhões.
Na avaliação de Luiz Moan, as montadoras instaladas no país serão afetadas este ano pelo menor número de dias úteis em razão dos feriados e dos jogos da Copa do Mundo. “Nos últimos cinco anos, tivemos crescimento [vendas] de quase 15% na média, portanto, em 2013, tivemos um empate técnico”,considerou o dirigente. Ele observou, no entanto, que a produção deverá bater novo recorde neste ano.
Para ele, a gradual retirada do desconto do Imposto sobre o Produto Industrializado (IPI) não deve provocar impacto expressivo sobre a demanda porque, além do crescimento da renda do brasileiro, o setor prevê a retomada na oferta de crédito este ano, com expansão esperada de 5%.
A expectativa de Moan é que as atividades entre em uma nova rota de crescimento a partir de 2015. Segundo ele, o Brasil já é o quarto maior mercado de veículos do mundo e, até 2018, a comercialização deverá atingir 4,7 milhões de unidades. Para isso, o executivo aposta no desenvolvimento tecnológico dos produtos e, na busca crescente de redução dos custos para ampliar a competitividade do setor.
Pelas projeções da Anfavea, a produção no segmento de máquinas agrícolas deve ficar estável em 2014, depois de obter um recorde no ano passado com um crescimento de 20% e 100,5 mil unidades produzidas. Esses produtos têm sido estimulados pelos incentivos ao comprador por meio do Programa de Sustentação de Investimento (PSI). As vendas aumentaram 18,4%. O PSI levou também a um crescimento de 11,1% nas vendas de caminhões, com 154.549 unidades. Para a Anfavea, as recentes concessões de rodovias deverão ajudar a impulsionar as vendas.