Um pedaço do paraíso que começa a ser explorado por turistas brasileiros e estrangeiros na Vila de Santo André, no Sul da Bahia, vai abrigar a partir de fevereiro as obras da estrutura viária para construção de um condomínio residencial de alto padrão, servido de centro de lazer e pista de pouso de jatos particulares, com hotel butique de bandeira internacional. O complexo foi projetado pela mineira Guaiu Empreendimentos Imobiliários, sociedade de propósito específico criada em 2007, da qual fazem parte os grupos MK Empreendimentos, Verdemar, KM Empreendimentos e Participações e Marcum Empreendimentos e Participações. Empreendedores de shopping centers, condomínios de galpões e logística, os sócios oferecem aos investidores a experiência do condomínio Vila Oberoi, entregue em 2009, localizado a apenas quatro quilômetros da área do novo projeto, orçado em R$ 100 milhões.
Apontada como destino promissor do turismo nos próximos anos, a vila pertencente ao município de Santa Cruz de Cabrália é avaliada pelos sócios da Guaiu como opção atrativa para os turistas de Minas, Goiás e São Paulo, conta o sócio Carlos Eduardo Moreira Gonçalves, da MK Empreendimentos. A razão de atrair os mineiros está no acesso rápido por avião de Belo Horizonte a Porto Seguro, distante 30 quilömetros, motivo semelhante ao que facilitaria a vida dos goianos, que também buscam o mar durante as férias. Para o paulista farto de encarar o trânsito pesado no caminho da selva de pedra ao litoral, as belezas naturais de Santo André podem, também, entrar no roteiro turístico.
Outro apelo para os investidores está no estágio do projeto, segundo Cardos Eduardo Gonçalves, com todas as licenças concedidas, ponto decisivo para um empreendimento inserido em região contemplada com área de preservação ambiental (APA de Santo Antônio). Para financiar a primeira fase do complexo, a Guaiu fez lançamento público de cotas de participação acionária, correspondentes a 25% da empresa. Cada cota tem valor inicial de R$ 850 mil.
“O investidor será sócio dos empreendedores em todas as fases do negócio, sem aporte complementar dentro da Guaiu, terá ações preferenciais e a prerrogativa de optar pelas unidades para serem pagas com os recebíveis (o crédito da venda dos terrenos). A nossa expectativa de retorno das cotas é de duas vezes e meia o valor do investimento”, afirma o sócio. O terreno adquirido na Praia de Guaiu, oito anos atrás, para o complexo tem 2,100 milhões de metros quadrados e uma faixa de dois quilômetros de frente para o mar. Serão oferecidos 210 lotes, dos quais 110 na primeira etapa, avaliados em R$ 350 por metro quadrado. As unidades do condomínio têm, em média, 1.900 metros quadrados.
A oportunidade de conduzir um projeto que não estava no foco da MK Empreendimentos surgiu do trabalho de prospecção que os sócios fizeram em Santo André, lembra o sócio da Guaiu, Helder Mendonça, presidente da Forno de Minas, fabricante e exportadora de pães de queijo e alimentos congelados semiprontos. “Temos todo o interesse em preservar a vila e atendemos todas as condições definidas no licenciamento do projeto, concedido há quase um ano”, afirma.
Envolvido na negociação com os investidores que procuraram a sede da Guaiu em Belo Horizonte, Carlos Eduardo Gonçalves diz que o perfil dos interessados até agora mesclou profissionais liberais bem-sucedidos que desejam uma casa de veraneio e investidores capitalizados à procura de negócios tangíveis. O projeto foi inspirado nos condomínios não tradicionais, nos quais os arquitetos e urbanistas do estado norte-americano do Colorado estão se especializando. O centro de lazer que servirá ao condomínio terá restaurante, cafeteria, piscina, pistas de cavalgada e de corrida, academia de ginástica, spa, sauna e quadras esportivas. Serão, ao todo, 35 itens de recreação. O condomínio tem um valor geral de vendas definido em R$ 320 milhões.
A Guaiu já recebeu, de acordo com Gonçalves, 10 cartas de intenção de hotéis de padrão cinco estrelas. O lançamento do complexo imobiliário ao público será feito em março. Os sócios da Guaiu trabalham com a meta de concluir o empreendimento daqui a quatro ou cinco anos. O local em que o complexo será erguido é vizinho da área em que a Seleção da Alemanha fará os treinamentos da equipe durante os jogos da Copa do Mundo.