Operadora da única ferrovia com partidas diárias com passageiros no país – a Vitória-Minas –, a Vale investiu US$ 80 milhões na renovação dos vagões do trecho. Fabricados na Romênia, os trens terão padrão europeu, com ar-condicionado, televisores e tomadas individuais para carregar aparelhos eletrônicos, como tablets, notebooks e smartphones. A mineradora vai estudar a possibilidade de reduzir o tempo de viagem entre as capitais mineira e capixaba. Outros US$ 56 milhões serão investidos, no ano que vem, na frota da companhia que roda na Estrada de Ferro Carajás, no Pará.
Os carros referentes a um dos trens estão desde dezembro em Vitória, onde serão montados e passarão por testes e devem rodar ainda no primeiro trimestre. O segundo trem será montado somente no segundo semestre. Serão, ao todo, 56 novos carros, sendo 10 executivos e 30 econômicos, além de vagões-restaurante, lanchonete, gerador e um destinado a cadeirantes, que substituirão os antigos, com média de uso de 30 anos. Todos eles terão fraldário.
Cada carro executivo terá capacidade para 60 pessoas, enquanto na classe econômica o total é de 79 lugares. As poltronas terão sistema de som para permitir que o passageiro assista à TV e escute pronunciamentos do comando, modelo semelhante ao usado em voos internacionais. As cadeiras terão ainda mesinha dobrável para comportar livros, aparelhos eletrônicos e outros objetos que podem ser usados durante a viagem.
O principal ganho, na avaliação do diretor de Operações da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), Carlos Quartieri, é que todos os vagões terão ar-condicionado, item antes restrito à classe executiva. Além de controlar a temperatura, o equipamento implica ganho de segurança, uma vez que, com frequência, os vagões eram apedrejados e os passageiros eram obrigados a fechar as janelas por alguns minutos. “Protege muito mais o passageiro”, diz o diretor da Vale. Outro fator que contribui para o aumento da segurança é a instalação de detectores de fumaça em todos os vagões e de seis câmeras de segurança por carro. O nível de ruído interno também é menor.
VIAGEM MAIS RÁPIDA
Apesar de a ferrovia ter fluxo prioritariamente de carga, o que de certa forma limita o aumento da velocidade, os novos vagões, com trucks mais modernos, podem permitir ganho de velocidade, principalmente nas paradas de embarque e desembarque. A velocidade máxima hoje é limitada em 65km/h. “Vamos estudar novas velocidades”, diz Quartieri. Hoje, o percurso total dura 13 horas.
Entre as alterações previstas com os novos vagões está o novo sistema de abertura e fechamento de portas. Automático, o mecanismo funciona com sensor de presença. No mais, displays internos e externos exibirão informações sobre a viagem, como o número dos carros e a parada seguinte.
Os preços, regulados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), não serão alterados. Atualmente, a tarifa econômica custa R$ 58, enquanto a executiva R$ 91.