O ajuste promovido nesta quarta-feira, 15, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar em 0,5 ponto porcentual a taxa básica de juros (Selic) demonstra que a maior preocupação do BC no momento é com a inflação. A opinião é do economista da LCA, Antônio Madeira. "Esse aumento de 0,5 ponto porcentual provavelmente é resultado do IPCA, que foi conhecido na semana passada", afirmou. A expectativa do economista era de que o BC subisse a taxa em apenas 0,25 ponto. Com a decisão desta noite, a Selic está agora em 10,50% ao ano.
Segundo Madeira, a inclusão do termo "neste momento" no comunicado não interfere na expectativa de novas altas na taxa de juros. "O ponto importante é a expressão 'dando prosseguimento', que vem sendo usada e continua sinalizando para novas altas. A dúvida agora é qual será o ajuste na reunião de março."
Fiesp
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) afirmaram, em nota, que a decisão do Copom de elevar a Selic em 0,50 ponto porcentual, impede uma possível retomada da indústria. Para a Fiesp/Ciesp, "em 2013, o crescimento da indústria não foi capaz de compensar o encolhimento de 2,5% do ano anterior". A Federação disse também que não é só a indústria que sofre. "Segundo o IBGE, o volume de vendas do comércio varejista ampliado cresceu 3,4% no acumulado de janeiro a outubro de 2013, taxa bastante inferior à expansão de 8,5% registrada em igual período de 2012".
"Com este novo aumento da taxa Selic, 2014 começa mal, indicando que a esperada retomada da indústria ficará para depois. O Brasil não pode esperar. Precisamos nos libertar da política exclusiva de aumento de juros e ter como novo foco o crescimento econômico. A inflação precisa ser contida, mas é necessário buscar alternativas para combatê-la que não penalizem tanto a atividade econômica e a vida das empresas e das pessoas", afirma Paulo Skaf, presidente da Fiesp/Ciesp.