A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) foi divulgada nesta quinta-feira e não traz boas notícias para o consumidor brasileiro. O documento explica a decisão do colegiado de elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto porcentual, para 10,50% ao ano, que aconteceu na semana passada. Na ata, o Copom revisou para cima as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - inflação oficial - de 2014 tanto no cenário de mercado quanto no de referência.
No cenário de referência, de acordo com o documento, a estimativa para a inflação de 2014 aumentou em relação ao valor considerado na última reunião, e permanece acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No cenário de mercado, a projeção de inflação para 2014 também aumentou em relação ao valor considerado na reunião de novembro e permanece acima da meta para a inflação.
Vale lembrar ainda que, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado ao final de dezembro do ano passado, o BC havia informado que, no cenário de referência, sua expectativa era de uma inflação em 5,6% ao final de 2014 e de 5,4% no encerramento do ano que vem. Já no cenário de mercado, a projeção do Copom é de IPCA encerrando 2015 em 5,3% - a mesma taxa de 5,6% é aguardada para o acumulado deste ano. Para 2015, o documento traz apenas que "em ambos os cenários, a projeção de inflação se posiciona acima da meta" e não detalha se houve um movimento de alta ou de baixa em relação à perspectiva anterior.
Outros indicadores
Na ata do Copom, outra informação que preocupa o brasileiro é a premissa para o câmbio em relação ao documento anterior, que tinha cotação de R$ 2,30. Agora, o BC considera o valor de R$ 2,40, acima do valor negociado no dia da decisão de elevar a Selic para 10,50% ao ano, da semana passada, quando o dólar fechou em R$ 2,3560 no balcão.
Para a taxa básica de juros (Selic), o colegiado ampliou o patamar considerado de 9,50% para 10,00%, levando em conta a sua própria decisão anterior. A ata divulgada nesta quinta manteve também a estimativa de aumento de 4,5% para os preços administrados ou monitorados pelo governo em 2014 e projetou a mesma variação, pela primeira vez, para o comportamento desse conjunto de itens no ano que vem.
O documento destacou ainda outro detalhe que influencia no bolso dos brasileiros. Os preços da gasolina, do botijão de gás e da telefonia fixa devem ficar estáveis, este ano, enquanto a tarifa residencial de eletricidade deve subir 7,5%.
Já o superávit praticamente repetiu o parágrafo que aborda a questão fiscal visto no documento anterior. A diretoria do BC voltou a informar que considera como indicador fiscal o superávit primário estrutural, que deriva das trajetórias de superávit primário para 2014 e incluiu, no mesmo trecho, o ano de 2015 pela primeira vez.
Com Agência Estado