O presidente do Banco Central (Bacen), Alexandre Tombini falou nesta sexta-feira no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, sobre a condução da política monetária no Brasil e disse que a expansão de cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não é suficiente. Apesar disso, Tombini defendeu a condução da economia no país e informou que ainda há espaço para crescer, especialmente na oferta de produtos manufaturados.
“Não foi bom o suficiente. Temos de fazer mais, ir adiante. O governo tem uma ampla gama de áreas para atuar no que se refere à oferta. Temos uma ampla agenda em infraestrutura – aeroportos, grandes jogos em breve [Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016] -, ênfase em educação, em agenda pró-crescimento e de oferta. Estamos muito bem organizados nesta direção”, explicou o presidente do Bacen.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE) houve expansão de 2,2% do PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2013.
Em relação à crise internacional, Tombini informou que o Brasil respondeu de forma “clássica” à questão, por meio da flexibilidade de política cambial e do acúmulo de divisas para amortecer déficits.
“Está funcionando. A inflação está tendo redução, estamos nos movendo nesta direção”, disse.
Ao ser questionado sobre o Brasil ter tomado as medidas estruturais necessárias para fazer funcionar a política monetária do país e sobre uma possível má interpretação em relação ao robustecimento da economia brasileira nos últimos anos, o presidente do Bacen defendeu o governo e explicou que o cenário é positivo.
“Estamos próximos do pleno emprego. Para ir adiante, precisamos de uma nova fonte de crescimento para o Brasil. Do lado da demanda, vemos melhores condições para a indústria”, disse ao citar a redução de 10% nos custos do setor no ano passado, por meio das desonerações em folhas de pagamento, incentivos fiscais, redução do preço da energia e diminuição das taxas de juros.
O presidente do Bacen participou, nesta sexta-feira, do painel O Futuro da Política Monetária ao lado do presidente do Conselho do Banco Nacional da Suíça, Thomas J. Jordan; do ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne; e do presidente do Banco do Japão, Haruhiro Kuroda. O debate aconteceu antes do disrcurso da presidente Dilma Rousseff.