“O que há é a manutenção da fé, com a diferença de que hoje os fiéis estão mais conscientes e participativos” - Ary Brum Júnior, gerente da fábrica de hóstias Nossa Senhora de Fátima
O comércio de artigos religiosos também não tem do que reclamar. Há 40 anos no ramo, Nilse Helena Batella de Rezende, proprietária da Casa do Clero e da fábrica de velas Jurema, que ocupam 18 lojas no Mercado Novo, no Centro de BH, garante não haver nada de sazonal na atividade. “Vendemos bem durante todo o ano”, afirma. A prosperidade nos negócios é justificada pelo amplo calendário de festejos, marcado por romarias e comemorações de dias de santos, de janeiro a dezembro.
Entre os principais clientes, Nilse Rezende atende os romeiros –principais compradores de velas – além das igrejas católica e evangélica. “Temos de velas a vinho sem álcool para os evangélicos”, conta. Os preços dos produtos variam de R$ 0,30 a medalha a R$ 1.180 o ostensório. Mais de 200 quilos de parafina são manuseados por dia na fábrica “A vela é a luz para os católicos, que diariamente nos procuram”, comemora. O negócio administrado pela empresária e seus filhos emprega, ao todo, cinco funcionários. Agora, a empresa se prepara para a produção de velas destinadas aos festejos da semana santa.
Na ponta dessa cadeia estão os fiéis, que compram os produtos com a intenção de fortalecer a fé, mas também ajudar a igreja. A professora Norma Lúcia Afonso, que gasta cerca de 10% dos rendimentos com o dízimo, doações e a compra de artigos religiosos, garante que destinar parte do seu salário é importante para manter as atividades da igreja. “Com esses recursos os padres levam a evangelização para as áreas rurais, além de manter uma estrutura organizacional”, afirma.