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Estado de Minas

Empresas de BH com obras atrasadas para a Copa pedem prorrogação de lei municipal

Burocracia no licenciamento e fornecedores pressionados por aquecimento da construção dificultam cumprimento do prazo previsto de ampliação da oferta de leitos para a Copa


postado em 03/02/2014 00:12 / atualizado em 03/02/2014 07:42

Dentro de 30 dias, 19 hotéis estarão em condições de operar na capital, ampliando a oferta de leitos na cidade em cerca de 2,8 mil apartamentos, de quartos econômicos a acomodações de luxo. Outros 17 empreendimentos erguidos para atender a demanda da Copa do Mundo precisam de mais prazo para finalizar as obras a tempo de receber o turista atraído pelo Campeonato Mundial. A Lei Municipal 9.952, de 2010, que ampliou o potencial de aproveitamento de terrenos da capital para estimular a construção de hotéis no padrão exigido pela Fifa, determina 31 de março como data-limite do cronograma a ser cumprido pelas empresas.

Com a aproximação dos jogos, a flexibilização do prazo deve entrar na pauta do Legislativo nos próximos dias. Os 43 novos hotéis previstos para BH somam investimentos superiores a R$ 2 bilhões. Quando prontos, a capital terá número de leitos praticamente 60% superior ao total ofertado antes da lei aprovada em 2010, atingindo pouco mais de 30 mil leitos.
Entre as principais justificativas das empresas para o pedido de prorrogação do prazo legal, estão os gargalos da burocracia, a incapacidade da cadeia de fornecedores, que, com o aquecimento da construção civil, nem sempre consegue cumprir prazos, e a captação inicial de investidores. O líder do governo na Câmara Municipal, vereador Wagner Silva (Preto), diz não ver empecilhos numa flexibilização do cronograma. “Acredito que cada caso deve ser avaliado isoladamente. Não vejo problema na definição de um prazo extra para quem cumpriu todas as etapas da obra e está na reta final do empreendimento”, diz o vereador, acrescentando que o panorama deve se tornar mais complicado para aqueles empreendimentos que não conseguiram evoluir com a obra no patamar esperado.

Respondendo à demanda para abastecer a cidade de habitação suficiente para receber os turistas durante o Mundial, 36 empreendimentos estão em obras. Segundo o secretário municipal extraordinário para a Copa, Camillo Fraga, apesar dos atrasos, as 19 inaugurações que estão previstas, somadas aos sete hotéis já em funcionamento, representam mais de 50% do contingente total de novos leitos, garantindo, com alguma sobra, as exigências da Fifa de uma oferta de 21 mil leitos na capital. “Outras inaugurações dependem do que for decidido no Legislativo. Se houver autorização para funcionamento parcial, mais hotéis poderão funcionar, já antes dos jogos”, afirma.

Levantamento da JR & MVS Consultores, que mensalmente atualiza dados referentes a todos os hotéis beneficiados pela chamada Lei da Copa, indica que mais de 50% dos empreendimentos já estão correndo contra o tempo e vão precisar de fôlego adicional para concluir as obras. “A multa para quem não cumprir o prazo pode chegar perto de R$ 5 milhões. Esse é um valor que inviabiliza a taxa de retorno de qualquer empreendimento”, calcula Maarten Van Sluys, diretor da consultoria e especialista no setor.

MAIS OFERTA – O grupo Vert tem seis inaugurações previstas para os próximos meses. Com investimento de R$ 119,2 milhões, são cinco hotéis na capital e um resort em Ravena, distrito de Sabará, na Região Metropolitana de BH. Diretora-presidente do grupo, Erica Drumond diz que duas inaugurações do grupo, do Ramada Encore Minascasa, com tarifas a partir de R$ 175; e o e. Suítes Sion, com tarifas a partir de R$ 225, devem ocorrer em março. Os outros hotéis devem abrir as portas a tempo de atender o turista da Copa.

O e. Suítes Sion oferece quartos com uma pequena cozinha e exigiu investimentos da ordem de R$ 14,4 milhões focados no hóspede de longa permanência. “Esse hotel atende mensalistas, pessoas com trabalho na cidade, o público que está se separando e ainda busca uma nova casa, além dos idosos que preferem a comodidade de um hotel”, diz Erica. Segundo a executiva, a preferência será para o turista que ficará hospedado em BH e daqui se deslocará para ver os jogos do Mundial.

A rede de hotéis vai funcionar no modelo de diárias flutuantes, como trabalham as companhias aéreas. Quem compra antes paga menos, já que os valores sobem acompanhando a demanda pelo hotel. Érica Drumond, que também é sócia-proprietária do Grupo Ouro Minas, ressalta que para se manter como cinco estrelas no ambiente de novos hotéis na cidade o Ouro Minas fez investimentos da ordem de R$ 10 milhões. Ela diz que depois da Copa do Mundo  o setor deve iniciar um amplo movimento para captar eventos e ocupar os hotéis da cidade. “Não estamos vivendo numa realidade em que o próprio destino enche o hotel, é preciso haver um esforço do setor hoteleiro.” Até o momento foram inaugurados sete hotéis construídos com os benefícios da lei, que flexibilizou o potencial construtivo da cidade.


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