A petroleira anglo-holandesa Shell aumentou, a partir desta segunda-feira, em 12% o preço do combustível na Argentina, e o governo voltou a acusá-la de atentar contra o país, no âmbito das pressões inflacionárias. O chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, disse que a empresa tomou "uma atitude unilateral, contrária aos interesses da Argentina, para prejudicar".
Dez dias atrás, o ministro da Economia, Axel Kicillof, tinha acusado a petroleira de realizar ataques especulativos contra o peso argentino, voltando a acender uma antiga disputa. "Estamos fazendo uma transferência parcial do forte aumento em pesos que está acontecendo no custo do petróleo bruto, nosso principal insumo", disse a Shell, após uma desvalorização do peso de 13,9% nos dias 19 e 20 de janeiro.
Este é o segundo aumento em 2014, já que, no começo do ano, a empresa tinha aumentado seus produtos em média 7%, como a petroleira argentina YPF. O atrito é um novo capítulo de uma longa disputa entre o governo e a petroleira anglo-holandesa, um dos principais atores do mercado de hidrocarbonetos na Argentina. Em 2008, a Shell foi multada no país após ser acusada de provocar desabastecimento.