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Estado de Minas

Sem chuva, lucro do turismo em Três Marias evapora

Com o baixo nível da represa, pousadas e hotéis da região da usina de Três Marias sofrem com a falta de hóspedes


postado em 06/02/2014 06:00 / atualizado em 06/02/2014 07:31

Gilberto Faria, gerente de um hotel às margens da represa de Três Marias, já sentiu os efeitos da seca:
Gilberto Faria, gerente de um hotel às margens da represa de Três Marias, já sentiu os efeitos da seca: "Temos poucas reservas" (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Três Marias – Da varanda do bar e restaurante do Hotel Grande Lago, às margens da represa de Três Marias, visitantes e moradores se misturam para apreciar o belo cartão-postal. Em dias de cheia, a água praticamente invade os bancos da frente do estabelecimento. Nos últimos meses, no entanto, sob forte calor, em vez de água, são pedras e mais pedras que compõem o cenário. Com o nível mais baixo da última década para um mês de janeiro, a água da represa se afastou da margem, criando bolsões de areia e enormes pedregulhos que muitas vezes dificultam a inserção de lanchas e embarcações de maior porte nas águas. O resultado: pousadas e hotéis ficam esvaziados, afetando toda a cadeia turística da região.

Em janeiro, praticamente não choveu na região de influência da represa. Os registros mais significativos foram antes do Natal. Navegando por ela, galhos e imensos bolsões de areia são visíveis, o que dificulta a prática de qualquer atividade na represa. Os clubes que margeiam a água inclusive foram obrigados a deslocar seu piers para permitir que as lanchas e os pequenos barcos atraquem. Mas as rampas de cimento construídas para facilitar o transporte das embarcações hoje estão bem distante da água. Com isso, carros são obrigados a manobrar para lá e para cá pela areia com seus reboques. “Devido ao nível da represa com a seca temos poucas reservas”, diz o gerente do hotel Grande Lago, Gilberto Faria. Ele lembra que a água atingia a barreira construída pela hospedaria, o que fazia com que visitantes se aproximassem somente para observar os efeitos do “quebra onda”.

O prefeito de Três Marias, Vicente de Paulo Resende, é taxativo sobre os efeitos da seca da represa para o turismo do município: “Fica comprometido. O forte nosso é a água”, diz. Neste ano, a prefeitura prepara a comemoração do aniversário da cidade junto do carnaval, mas, com as águas baixas, ele já pensa em alternativas para os esportes náuticos, principal atrativo para o período. Segundo ele, é preciso três anos seguidos de boas chuvas para a represa atingir o nível normal. E prevê que os danos perduraram. “A cadeia produtiva é toda interligada. A pousada recebe menos turistas e, por consequência, diminui o público dos restaurantes, que compra menos nos supermercados”, afirma ele, proprietário de uma rede de hotéis e restaurantes na cidade.

PIRACEMA
Os efeitos do nível da represa são mais prejudiciais ainda para o feriado da Semana Santa, quando o período da piracema já encerrou e a pesca está liberada. Muitos amadores procuram a região para pescar, levando amigos e famílias, mas, com as últimas notícias, a procura tem sido menor. “A gente sente a diferença. A expectativa do feriado é muito fraca”, afirma o gerente do Hotel Fazenda Mar Doce, Alexandre Teles. Ele diz que tem sido raros os telefonemas de visitantes que perguntam sobre as condições de navegação para os adeptos de lanchas e jet ski.


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