Se a opção é viajar em períodos em que há grande demanda, como nas férias escolares, a regra é clara: quem deixa a compra para a última hora sempre paga mais caro. Mas este ano, em função da Copa do Mundo e do prolongamento das férias, que vão durar 30 dias, nem mesmo a antecipação da compra deve aliviar o bolso do consumidor. A três meses do evento, as agências já contabilizam aumento médio de 20% a 25% nos preços dos pacotes nacionais e novas altas devem ser sentidas até junho, segundo informações da Associação Brasileira de Agências de Viagens de Minas Gerais (Abav-MG). Diante dos preços altos, a procura por destinos internacionais avança.
Renata Azevedo, sócia-proprietária da agência Speed System, explica que, por conta de uma especulação de alta nos preços de passagens aéreas domésticas, já sentiu aumento de 20% nas vendas das viagens internacionais no primeiro mês do ano. “Para o período a alta é considerável. As pessoas estão procurando e fechando para aproveitar o verão europeu, Estados Unidos e Caribe”, conta. Entre os motivos que alavancam a procura por outros países, ela destaca uma alta generalizada nos preços dos hotéis. “Aumentaram até 500% o valor da diária. Um hotel que hoje tem diária a R$ 250 está cobrando R$ 850 no período da Copa”, exemplifica. “Já os destinos internacionais não têm nada a ver com Copa e estão praticando os mesmos preços de alta temporada”, reforça.
Segundo a empresária, já é sentida, inclusive, dificuldade para conseguir pacotes para Europa, mas também para países da América do Sul, como Argentina e Chile, que no período iniciam suas temporadas de esqui. “Os preços dos internacionais estarão mais competitivos para as pessoas que querem fugir de uma inflação generalizada”, comenta. Por US$ 1.734, cerca de R$ 4.335, Renata garante que é possível comprar um pacote para Punta Cana, com saídas de 13 de junho a 9 de julho, com sete noites, passagem aérea, traslado, assistência local e seguro-viagem. “Pelo mesmo preço certamente não será possível viajar pelo Brasil nessa época”, ressalta.
O presidente da Master Turismo, Fernando Dias, garante que pouco mais de 30% dos pacotes internacionais ainda estão disponíveis para compra. De acordo com ele, as agências têm encontrado restrições de companhias aéreas e redes hoteleiras, principalmente para destinos no Nordeste e cidades sede dos jogos, como Fortaleza, Salvador e outras do entorno. “Há demanda de parte dessa estrutura dos organizadores da Copa que bloqueou os hotéis. Praticamente todos só começam a trabalhar a sua disponibilidade entre o fim de fevereiro e início de março”, explica. “Com isso, o internacional está levando vantagem, já que ele permite que as pessoas se programem com antecedência”, acrescenta.
Daniel Toledo, franqueado da Tam Viagens, lembra que os destinos nacionais estão 50% mais caros que o normal para o período. Já os pacotes internacionais estão custando para o consumidor até 25% mais. “Quanto antes comprar, melhor. Esperar para comprar depois não é uma boa estratégia, já que os preços não devem cair”, comenta. Ainda de acordo com Toledo, embora haja disponibilidade de pacotes nacionais, os preços altos estão acelerando a procura por destinos como Miami, Orlando, Paris, Espanha e França e a dica para economizar é antecipar a compra.