Brasília, 08 - Os irmãos Fábio e Carolina Ludwig sempre foram fãs de um brigadeiro diferente que a avó deles fazia com coco, em vez de chocolate. Essa foi a primeira receita que veio à cabeça quando decidiram abrir em Brasília uma empresa especializada em dar novos sabores a um dos doces mais populares do País.
Há quatro anos no mercado, a Puro Brigadeiria oferece 24 tipos diferentes de brigadeiro - de pistache a caipirinha -, mas ainda conserva no menu o segredo da avó. Os pedidos para casamento representam cerca de 80% do lucro em torno de R$ 50 mil mensais. Eles já têm pedidos de entrega para setembro de 2015. Para o mesmo mês deste ano, não há como atender a nenhuma solicitação. "Setembro é o novo mês das noivas", atesta Carolina.
Também veio da família o espírito empreendedor. Além da empresa de brigadeiros, os dois são sócios do pai em uma escola de cursos profissionalizantes, com faturamento em torno de R$ 80 mil mensais. Fábio decidiu que seria dono do próprio negócio aos 18 anos, quando abriu uma pet shop.
"Olha que nem de cachorro eu gosto. Levei muita mordida antes de decidir vender a loja", conta ele, atualmente com 34 anos. "Nunca tive medo de arriscar. Claro que muitas vezes rola decepção nos negócios, mas grandes empresários também quebram várias vezes até ficarem no ponto." Para 57% dos brasileiros entrevistados na pesquisa global GEM, o medo do fracasso não impede de começar novos negócios.
Maçarico
Carolina, atualmente com 30 anos, se dedicava exclusivamente à escola profissionalizante antes de abrir a brigadeiria. Formada em administração, ela decidiu fazer junto com o irmão curso de gastronomia em uma universidade da capital federal para oferecerem criações gastronômicas exclusivas a seus clientes. Uma das ideias da dupla - "maçaricar" o brigadeiro branco com adição de baunilha - mesclou o tradicional doce brasileiro ao famoso créme brûlée. A combinação é o carro-chefe da loja, responsável por 70% dos pedidos.
Os irmãos Ludwig enfrentam problemas semelhantes aos de grandes empresários: a alta do dólar encarece as matérias-primas dos produtos, como o chocolate belga e a baunilha italiana. Problemas de infraestrutura deixam o chocolate parado dois meses no porto, o triplo do tempo que leva a viagem da Bélgica ao Brasil.
Nos planos dos empresários está atuar no comércio eletrônico. Hoje, eles já entregam brigadeiro em qualquer parte do País usando os serviços dos Correios. Além disso, trabalham em novos sabores. "Estamos sempre fazendo novas experimentações. Não podemos ficar parados senão perdemos dinheiro", afirma Carolina.