Os baixos níveis dos reservatórios de água e dos mananciais hídricos no Sudeste, da mesma forma que o risco de racionamento de energia elétrica, preocupam as indústrias, que já vêm adotando controles mais rígidos do uso do insumo na produção. Grandes empresas que decidiram investir na racionalização do consumo de água nas fábricas apertam as metas para depender menos de novas captações nos rios e bacias hidrográficas. Com equipamentos mais eficientes e o corte de desperdícios, diminuem a exposição do negócio aos efeitos de períodos quentes e secos como o que o Brasil enfrenta desde o fim de dezembro.
Companhias como a Votorantim Metais, a mineradora Vale e a Cenibra, exportadora mineira de celulose branqueada de eucalipto, incluíram a água entre os recursos estratégicos nas suas operações. Os programas adotados preparam as fábricas para reaproveitar até 90%, em média, do efluente, garantindo ainda a redução de custos com o pagamento de royalties, que passaram a ser cobrados recentemente pelo poder público.
Os investimentos deixam essas empresas menos vulneráveis em momentos críticos como o atual, na avaliação de especialistas a exemplo do professor Mário Cicareli Pinheiro, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG e sócio-proprietário da consultoria Potamos Engenharia e Hidrologia, de Belo Horizonte. “A não ser que chova muito em março e abril, algumas cidades vão enfrentar problemas que nunca tiveram nos últimos 100 anos. Estamos em Minas Gerais com sete meses de seca antecipada”, alerta.
A Votorantim Metais estabeleceu o desafio de recircular até 2020 toda a água que atende suas unidades de mineração e metalurgia. Com uma série de ações, que começaram a ser implementadas em 2011, a unidade de Morro Agudo, produtora de zinco em Paracatu, no Noroeste de Minas, encerrou o ano passado com o reaproveitamento de 87% do insumo e, portanto, drástica redução das captações de água nova no Córrego Traíras, informa o gerente de sustentabilidade da companhia, Ricardo Barbosa.
Nas operações de zinco mantidas em Três Marias, região da área central do estado conhecida como o doce mar de Minas, a Votoratim dminuiu em 36% nos últimos quatro anos a captação de água nova na Bacia do São Francisco. O volume captado caiu de 560 para 357 metros cúbicos por dia. A redução, nas contas de Ricardo Barbosa, representa o suficiente para abastecer uma comunidade de 20 mil habitantes todo ano. “Quando chegamos a quantificar esse ganho, percebemos a importância desses projetos (de uso racional da água). Nos antecipamos a um tema que será cada vez mais crítico”, afirma.
Sustentabilidade
Para a Vale, mais do que incluir a água na concepção dos seus projetos, atendendo a uma exigência dos órgãos de licenciamento ambiental, o uso racional tornou-se item prioritário tanto para a redução dos custos da atividade quanto para a produção sustentável, de acordo com Lúcio Cavalli, diretor de planejamento e desenvolvimento da área de ferrosos da companhia. "Considerando que nós competimos no mercado internacional com países como a China, qualquer centavo a menos tem sua importância nos custos. Quanto ao cenário atual do pais, certamente, nos sentimos muito mais preparados", diz.
Com planos diretores para controlar o consumo de água em todas as suas minas, inventário hídrico de cada uma e o trabalho de otimização do uso da água, a empresa reutiliza 80%, em média, do insumo e mais de 90% em algumas unidades. No mega projeto S11D, de exploração de minério de ferro em Carajás (PA), reduziu a demanda de água em 93% frente aos processos convencionais, ao implantar equipamentos para tratamento do minério usando a umidade natural das rochas.
As reservas mais antigas de Minas Gerais trabalham com o mesmo conceito, recebendo recursos regularmente para a compra de equipamentos mais eficientes, como é o caso dos projetos em andamento para exploração da terceira safra de minério (pobre em ferro) em Itabira, berço da companhia, na Região Central de Minas.
Companhias como a Votorantim Metais, a mineradora Vale e a Cenibra, exportadora mineira de celulose branqueada de eucalipto, incluíram a água entre os recursos estratégicos nas suas operações. Os programas adotados preparam as fábricas para reaproveitar até 90%, em média, do efluente, garantindo ainda a redução de custos com o pagamento de royalties, que passaram a ser cobrados recentemente pelo poder público.
Os investimentos deixam essas empresas menos vulneráveis em momentos críticos como o atual, na avaliação de especialistas a exemplo do professor Mário Cicareli Pinheiro, do Departamento de Engenharia Hidráulica e Recursos Hídricos da UFMG e sócio-proprietário da consultoria Potamos Engenharia e Hidrologia, de Belo Horizonte. “A não ser que chova muito em março e abril, algumas cidades vão enfrentar problemas que nunca tiveram nos últimos 100 anos. Estamos em Minas Gerais com sete meses de seca antecipada”, alerta.
A Votorantim Metais estabeleceu o desafio de recircular até 2020 toda a água que atende suas unidades de mineração e metalurgia. Com uma série de ações, que começaram a ser implementadas em 2011, a unidade de Morro Agudo, produtora de zinco em Paracatu, no Noroeste de Minas, encerrou o ano passado com o reaproveitamento de 87% do insumo e, portanto, drástica redução das captações de água nova no Córrego Traíras, informa o gerente de sustentabilidade da companhia, Ricardo Barbosa.
Nas operações de zinco mantidas em Três Marias, região da área central do estado conhecida como o doce mar de Minas, a Votoratim dminuiu em 36% nos últimos quatro anos a captação de água nova na Bacia do São Francisco. O volume captado caiu de 560 para 357 metros cúbicos por dia. A redução, nas contas de Ricardo Barbosa, representa o suficiente para abastecer uma comunidade de 20 mil habitantes todo ano. “Quando chegamos a quantificar esse ganho, percebemos a importância desses projetos (de uso racional da água). Nos antecipamos a um tema que será cada vez mais crítico”, afirma.
Sustentabilidade
Para a Vale, mais do que incluir a água na concepção dos seus projetos, atendendo a uma exigência dos órgãos de licenciamento ambiental, o uso racional tornou-se item prioritário tanto para a redução dos custos da atividade quanto para a produção sustentável, de acordo com Lúcio Cavalli, diretor de planejamento e desenvolvimento da área de ferrosos da companhia. "Considerando que nós competimos no mercado internacional com países como a China, qualquer centavo a menos tem sua importância nos custos. Quanto ao cenário atual do pais, certamente, nos sentimos muito mais preparados", diz.
Com planos diretores para controlar o consumo de água em todas as suas minas, inventário hídrico de cada uma e o trabalho de otimização do uso da água, a empresa reutiliza 80%, em média, do insumo e mais de 90% em algumas unidades. No mega projeto S11D, de exploração de minério de ferro em Carajás (PA), reduziu a demanda de água em 93% frente aos processos convencionais, ao implantar equipamentos para tratamento do minério usando a umidade natural das rochas.
As reservas mais antigas de Minas Gerais trabalham com o mesmo conceito, recebendo recursos regularmente para a compra de equipamentos mais eficientes, como é o caso dos projetos em andamento para exploração da terceira safra de minério (pobre em ferro) em Itabira, berço da companhia, na Região Central de Minas.