Apesar de ter tido o leilão adiado, o projeto do trem de alta velocidade (TAV) aparece no balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) com o carimbo de adequado. Segundo o documento, a modelagem econômico-financeira da concessão já foi aprovada e foram realizadas audiências públicas para discutir o projeto.
Em agosto do ano passado, o governo adiou em um ano a primeira etapa do leilão do TAV, que deverá ligar as cidades do Rio de Janeiro, de São Paulo e Campinas. O leilão estava marcado para o dia 19 de setembro. Antes disso, já tinha sido adiado duas vezes.
O governo usa uma espécie de selo para identificar o andamento das obras do PAC: concluído, adequado, atenção e preocupante. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, explicou que o selo é utilizado para o monitoramento das ações. “É um indicador adotado por outros governos e pelo setor privado para identificar as ações que precisam ter um melhor acompanhamento para resolver os problemas mais sérios. Depois que os problemas são resolvidos, ele recebe a sinalização de verde”, disse, durante o balanço dos três anos do PAC 2.
Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Eixo Transportes do PAC 2 investiu R$ 43,8 bilhões em 3 mil quilômetros de rodovias em todo o país e 639 quilômetros em ferrovias. No setor de portos, foram concluídos 21 empreendimentos. A capacidade dos aeroportos aumentou em 15 milhões de passageiros por ano, com a conclusão de 22 obras.
A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) é considerada com ritmo preocupante, devido a uma suspensão cautelar do Tribunal de Contas da União (TCU) que impede a execução dos contratos de dois lotes. As ferrovias Nova Transnordestina e o trecho sul da Ferrovia Norte-Sul estão com o carimbo de atenção.
O ministro dos Transportes, César Borges, disse que o governo pretende entregar neste ano o trecho entre Palmas e Anápolis. Segundo ele, nesta semana uma composição fez o trajeto completo nos 850 quilômetros do trecho, para transporte de material da própria obra. O trecho da extensão sul, de 682 quilômetros, está com 53% concluídos, de acordo com o ministro.
“Estamos acompanhando de forma detalhada a execução dessa obra, que tem pontos críticos como pontes, mas está avançando bem na sua infraestrutura”, disse Borges. A obra está sendo executada pela estatal Valec.