As distribuidoras de energia elétrica avaliam que o repasse de R$ 1,2 bilhão, anunciado na última sexta-feira pelo governo, resolve em parte os problemas do setor. Em nota à imprensa divulgada hoje, a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) informa que a medida resolveu de forma parcial os impactos dos custos adicionais com compra de energia pelas distribuidoras, garantindo, neste momento, a adimplência setorial.
"A Abradee continuará com as tratativas com o governo na busca de soluções mais sustentáveis para o setor e reafirma seu compromisso de garantir que haja recursos suficientes para fazer os investimentos necessários à manutenção e melhoria da qualidade dos serviços prestados”, diz o comunicado.
Os ministérios de Minas e Energia e da Fazenda anunciaram, na semana passada, o repasse de R$ 1,2 bilhão para as concessionárias de distribuição de energia elétrica, para neutralizar as despesas das empresas. Os recursos são uma antecipação do orçamento de R$ 9 bilhões, previsto para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Com o decreto do governo, além de cobrir gastos adicionais por causa do despacho de usinas termelétricas, as distribuidoras podem também usar os recursos da CDE para neutralizar os custos com a compra frustrada no leilão de energia de dezembro do ano passado. Por causa do insucesso na contratação de energia no leilão, as distribuidoras precisaram comprar energia no mercado de curto prazo, que custa mais caro, para abastecer os consumidores.
O governo diz que ainda avalia as alternativas de solução para os problemas enfrentados pelo setor elétrico, mas não informou se pretende emitir títulos da dívida pública ou abrir crédito especial no Orçamento.