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Estado de Minas

Reajuste das mensalidades escolares e alimentos puxam alta do custo de vida em fevereiro

Inflação acelera de 0,55% em janeiro para 0,69% em fevereiro. Em BH o dragão acelerou 0,73% em fevereiro, ante alta de 0,65% no mês anterior


postado em 13/03/2014 06:00 / atualizado em 13/03/2014 07:40

(foto: Marcos Michelin/EM DA Press)
(foto: Marcos Michelin/EM DA Press)
O reajuste das mensalidades escolares junto com a alta dos alimentos comuns no cardápio do brasileiro como verduras, hortaliças e carne bovina foram os principais vilões do custo de vida em fevereiro, que fechou o mês em percentual mais alto que o esperado por analistas do mercado. No mês, a inflação acelerou no país 0,69%, ante alta de 0,55% em janeiro, segundo o índice de preços oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Belo Horizonte o dragão acelerou 0,73% em fevereiro, ante alta de 0,65% no mês anterior.

Na Grande BH o reajuste dos colégios que no início do ano pesou no orçamento das famílias, registrou alta de 7,15% em fevereiro e ficou acima da média nacional de 5,97%. Os cursos regulares, como ensino fundamental e médio acumularam reajustes de 9,19% ante a média nacional de 7,6%. De acordo com o IBGE, houve aumento de 9,19% nos cursos regulares, de 8,35% nos cursos diversos, com destaque para os cursos preparatórios que teve alta de 22,75%. Os gastos com a educação do filho de apenas cinco anos estão pesando no orçamento da família da artesã Daiene Cristina Soares. A troca de escola por uma que estivesse mais perto de casa fez com que ela e o marido repensassem o planejamento. Em 2013, Daiene desembolsava R$ 490 para pagar a mensalidade da escola que era em período integral. Com a mudança, a mensalidade passou para R$ 650, com desconto, caiu para R$ 500, mas para apenas um período.

“Se fossemos pagar o período integral teríamos que desembolsar 50% a mais”, afirma. Para controlar os gastos, Daiene resolveu deixar o emprego e se dedicar ao filho e ao artesanato. Além da mensalidade mais cara, a alta no material escolar também pesou no bolso da família. “Em 2013 gastamos R$ 150 e esse ano chegou a R$ 300, 100% a mais. Se for assim todos os anos, vamos ter que repensar nosso planejamento,”, diz.

Emiro Barbini presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep) aponta que a alta das mensalidades escolares é puxada pelo reajuste da mão de obra. “O pagamento de pessoal chega a representar 85% dos custos. Esse ano está em negociação reajuste próximo a 9%.” Ele também apontou como pressão nos custos dos colégios as novas tecnologias. “A escola hoje não prende mais atenção do aluno somente com o quadro e giz, os novos recursos são caros e têm pesado muito na planilha”, justifica.

Pela boca

Os alimentos também contribuíram para a aceleração do índice. Belo Horizonte foi campeã da inflação no domicílio e em todo o país foi onde o dragão mostrou maior fôlego. O custo de vida em casa avançou de 0,92% em janeiro para 1,02% em fevereiro enquanto no país o índice recuou de 0,90% para 0,22%. Alguns alimentos se destacaram. Enquanto em fevereiro o tomate subiu 10% no Brasil, em Minas a alta foi de 14%. As frutas aceleram 5,85% em Minas, mais que o dobro do Brasil onde o percentual ficou em 2,82%. O frango que barateou nacionalmente (-1,98%) ficou mais caro na Grande BH (1,14%). As carnes também subiram mais no estado (1,39) ante alta de 1% no país.
O economista da Simplific Pavarini e professor de economia do Ibmec-RJ Alexandre Espírito Santo afirma que, o IPCA de 0,69% no Brasil e 0,73% na RMBH, foi além do que era previsto, no entanto, a expectativa é que no próximo mês o índice feche mais baixo, em torno de 0,6%, já projetando uma inflação de 5,9% no ano. “Apesar de a inflação ter sido mais alta que no mês anterior, o índice de difusão, que mostra a quantidade de itens avaliados dentro do IPCA que sofreram aumento de preço, foi menor, passando de 72% em janeiro para 64% em fevereiro, surpreendendo positivamente”, afirma. Para os próximos meses, Alexandre acredita que o Banco Central promova mais um aumento de 0,25 ponto na taxa Selic, passando de 10,5% para 10,75%. “Deve ser o último aumento do Banco Central até o fim do ano.

Apesar de ter começado a alta no meio do ano passado, só agora os resultados estão sendo vistos”, afirma.

Otimismo

“Reajustes isolados de preços ocorrem pela sazonalidade. De modo geral a inflação esse ano está mais baixa, a cesta básica caiu de preço e os alimentos vão pressionar menos o índice em 2014”, ressalta Adilson Rodrigues superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis). Em fevereiro de 2013, a inflação do país fechou com alta de 0,60%, ante 0,69% este ano e o custo de vida da Grande BH encerrou o mês com alta de 0,84% ante 0,73 em 2014. Já as donas de casa Suely Friero e Eugênia Vilhena dizem que notam alta geral dos preços. “O salário cada vez compra menos alimentos”, compara Suely. Eugênia diz que sua estratégia é pesquisar e cortar da lista produtos onde ela percebe alta exagerada.

De acordo com o chefe de informações de mercado da Central de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa-Minas), Ricardo Fernandes Martins, além do tomate, outros ítens como o chuchu, a beterraba e o milho verde, que registraram alta contribuindo para puxar o índice. “

 

Remédio pode subir 5,68%

 

São Paulo – Entidades que reúnem a indústria farmacêutica estimam um reajuste máximo de 5,68% no preço dos remédios a partir de abril. O reajuste máximo é fixado pelo governo em três patamares, a depender da quantidade de genéricos em cada categoria – e, consequentemente, a depender da concorrência em cada grupo. No grupo um, os medicamentos genéricos representam 20% ou mais do faturamento; no grupo dois, representam de 15% a menos de 20%; e, no três, até 15%.

O percentual é um teto, e não costuma ser integralmente repassado ao consumidor, por conta da concorrência entre empresas e dos descontos oferecidos. Segundo estimativa fechada pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) e pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), os reajustes máximos autorizados devem ficar em 5,68% para o grupo um, de maior concorrência; em 3,35% para o segundo grupo; e em 1,02% para o terceiro grupo, de menor concorrência. O percentual médio, se todos adotarem o teto do reajuste, será de 3,5%.

Os cálculos são feitos com base em uma fórmula e variáveis publicadas pelo governo. A última variável que faltava para completar a estimativa, explica o Sindusfarma, era o IPCA, divulgado ontem. Os percentuais oficiais devem ser publicados este mês. Os reajustes médios ponderados autorizados no passado foram 4,59% em 2013, 2,81% em 2012 e 4,71% em 2011.

Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma, ressalta que o custo das empresas com salários e a alta do dólar, em 2013, subiu de 13% a 18%, a depender do peso de insumos importados utilizados na produção, o que pode ter impactos no investimento que será feito pelas empresas no futuro. Não integram a lista de medicamentos de preço controlado os fitoterápicos, homeopáticos e algumas classes com alto nível de competição.


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