Após encontro com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, avaliou que as medidas anunciadas na quinta-feira, pelo governo resolvem, a princípio, o problema de fluxo de caixa do setor. "Uma primeira avaliação indica que o pacote resolve o problema da exposição involuntária e o custo das térmicas", disse o executivo.
Leite ponderou, no entanto, que a Abradee ainda irá analisar mais profundamente os impactos das medidas. Uma dúvida que ainda resta é a forma pela qual a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) conseguirá dar garantias para os empréstimos de aproximadamente R$ 8 bilhões anunciados ontem.
O pacote de medidas para o setor inclui a realização de um leilão A-0 para cobrir o buraco de suprimento que as distribuidoras não conseguiram preencher no leilão A-1, realizado em dezembro do ano passado. Desta vez, empreendimentos térmicos poderão participar do certame, algo que estava vedado na disputa anterior. A expectativa, com a medida, é de que a oferta de energia para ser entregue já a partir de maio seja superior à descontratação das empresas.
Além disso, para resolver a conta dessa energia nos quatro primeiros meses do ano e ainda toda a eletricidade térmica que está sendo usada em 2014 devido aos baixos níveis dos reservatórios das hidrelétricas, o Tesouro Nacional fará um aporte de recursos da ordem de R$ 4 bilhões. Outros R$ 8 bilhões que seriam necessários, segundo estimativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para cobrir esses custos serão captados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) junto aos bancos na forma de empréstimo, que será pago pelos consumidores.