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Estado de Minas

Indústria mineira cresce 7% em janeiro, mas queda no acumulado de 12 meses preocupa

Segundo IBGE em MG, quando se leva em conta a produção industrial nos últimos 12 meses, o que se vê é uma queda significativa na fabricação de produtos importantes


postado em 15/03/2014 06:00 / atualizado em 15/03/2014 07:11

A produção da indústria mineira avançou 7% em janeiro deste ano na comparação com dezembro de 2013. Foi a maior expansão registrada em todo o país e a mais alta taxa de crescimento da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em segundo lugar em matéria de avanço na produção está o Ceará, com 5,4% e São Paulo, com 3,5%. Entre as 14 áreas pesquisadas, a produção industrial cresceu em 10. Por trás desse resultado, porém, está a baixa base de comparação, já que em dezembro do ano passado a produção da indústria mineira registrou um resultado negativo de 8%. Na comparação com novembro do ano anterior, janeiro registrou uma queda de 1,6%. Em oito das áreas investigadas, os resultados positivos foram precedidos por quedas significativas em dezembro, aponta o IBGE.

De acordo com Antônio Braz, analista do IBGE em Minas, quando se leva em conta a produção industrial nos últimos 12 meses, o que se vê no estado é uma queda significativa na fabricação de produtos importantes para a economia do estado como veículos (-12,4%) e produtos de metal (-9,1%). “Mesmo quando se olha o resultado do mês de janeiro em comparação com dezembro, o número de setores cuja produção desacelerou é grande. A indústria no Brasil está crescendo de lado. O que se vê nos últimos 12 meses é uma queda na indústria extrativa (-4,3% no Brasil e -6,3% em Minas)”, observa.

No quadro geral, segundo ele, desde maio de 2010 o comportamento da produção industrial brasileira vem se mostrando irregular, alternando períodos de aquecimento seguido por temporadas de queda. ´”é um cai e sobe, cai e sobe. Poucos setores crescem e segmentos importantes vão mal”, resume o analista do IBGE. De acordo com o instituto, o resultado da produção industrial em Minas em janeiro foi insuficiente para reverter a queda de dezembro e os resultados negativos ao longo de 2013.

Considerando o período de 13 meses entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014, houve reduções no nível de produção em 5 meses, sendo que dois deles, fevereiro (- 10,8%) e dezembro (-8,0%), bastante significativos. Dessa forma, a indústria estadual encontra-se 2,5% abaixo do nível de produção de janeiro de 2013 e 4,1% inferior ao verificado em julho de 2008, nível mais alto da série e anterior à crise internacional do final de 2008.

A produção industrial mineira recuou 3,6% em janeiro de 2014 frente ao mesmo mês de 2013. Com isso, registrou a oitava taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto. Já a taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, assinalou recuo de 2,3% em janeiro de 2014, quarta taxa negativa, o que intensificou o ritmo de queda frente ao mês anterior (-1,3%) e manteve a trajetória descendente iniciada em junho último (2,1%). Na comparação mensal houve recuo em 7 das 13 atividades investigadas enquanto na comparação do resultado acumulado em 12 meses houve quedas em nove atividades.

Setores Enquanto nos últimos 12 meses o recuo produtivo da indústria automobilística foi de 12,4% em Minas, no restante do país a queda foi de 3,9%. “Se olharmos o comportamento desse segmento, constatamos que a produção está negativa há três meses em Minas e olha que em maio do ano passado ela chegou a crescer 18%”, aponta Antônio Braz. No Brasil, em igual período e na mesma base de comparação, chegou a crescer 7,6% para cair para 3,9% agora”, analisa. Por outro lado, a produção no setor de minerais não-metálicos vinha negativa no Brasil e se recuperou em 0,4% nos últomos 12 meses, já em Minas ficou no vermelho em 3,4%.

Por outro lado, a produção de alimentos está negativa no país em todas as bases de comparação e a situação vem piorando, avalia Antônio Braz. Na comparação entre janeiro de 2014 com janeiro de 2013, a queda foi de 1,4% e no acumulado do ano de 0,6%. Enquanto isso, em Minas houve alta na produção na comparação entre os meses de janeiro deste ano e do ano passado (6,1%) e de 6,6% nos últimos 12 meses. “Tomado isoladamente, esse dado parece apontar para uma melhora, mas de fato o que está havendo é uma recuperação grande depois de uma queda grande”, observa.

 

Faturamento aumenta

Em janeiro deste ano, a recuperação da indústria mineira se deu não só na produção como no faturamento. Ontem, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgou a pesquisa Indicadores Industriais, que mostra que o faturamento do segmento no estado em janeiro de 2014 na comparação com dezembro de 2013 foi de 2,81% na série dessazonalizada. A taxa de crescimento é considerada moderada. O número de horas trabalhadas cresceu 3,31% no mesmo período, o emprego 0,10%, a massa salarial 0,70% e o rendimento médio real 0,43%.

De acordo com Lincoln Gonçalves Fernandes, presidente do Conselho de Política Industrial e Econômica da Fiemg, o resultado de janeiro foi puxado pela indústria extrativa-mineral, cujas vendas cresceram 17,58% em janeiro deste ano frente a dezembro de 2013. “Em dezembro, em função das chuvas, não houve embarque de minério para a exportação. As vendas externas do segmento se concentraram em janeiro deste ano, mas nos demais setores (indústria de transformação) o crescimento foi de apenas 0,06%, ou seja, foi um empate técnico. De acordo com ele, alguns setores, como o de metalurgia, tiveram faturamento muito ruim no ano passado, mas em janeiro apresentaram resultado um pouco melhor.

Ainda assim, Gonçalves acredita que a indústria mineira está iniciando um processo de recuperação. “Começamos a levantar alguns indicadores de fevereiro e eles apontam um resultado melhor do que o de janeiro. Trata-se de um crescimento que é lento, mas constante”, avalia.

A utilização da capacidade instalada cresceu 3,08 pontos percentuais em janeiro, na comparação com dezembro. Livre dos efeitos sazonais, a variável alcançou 88,78% em janeiro. Em relação ao mesmo mês de 2013 (84,31%) o indicador registrou elevação de 2,84 pontos percentuais.

Embora o emprego tenha registrado relativa estabilidade em janeiro diante de dezembro, entre os setores pesquisados 11 apresentaram crescimento e 5 registraram queda no número de pessoas empregadas. A maior elevação foi no setor de Produtos Farmacêuticos (6,44%), e a queda mais acentuada foi no setor de Derivados de Petróleo e Biocombustíveis (-15,88%). Na mesma base de comparação, o rendimento médio e a massa salarial recuaram em todos os setores. (ZF)

 

Prévia do PIB cresce 1,26%

 

Brasília – O ano começou mais forte que o esperado pelo mercado. Segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado ontem, o país avançou, em janeiro, 1,26% na comparação com dezembro – maior taxa para o mês desde 2004, quando houve expansão de 1,88%. O número, avaliado como positivo, não representa, na visão de especialistas, uma tendência. As previsões para o primeiro trimestre de 2014 estão entre crescimento de 0,3% e 0,5% para o Produto Interno Bruto (PIB), dado que será conhecido apenas em 30 de maio. O indicador do BC é uma tentativa de prever, mensalmente, o desempenho da atividade econômica antes da divulgação oficial, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado de janeiro, apesar de forte, não foi suficiente para compensar a queda de dezembro, quando o indicador registrou queda de 1,4%. “É uma surpresa positiva, mas também um movimento pontual, assim como a queda muito forte de dezembro também foi”, ponderou Mauro Schneider, economista-chefe da CGD Securities. “Mas isso não tira a importância dessa recuperação”, disse. No acumulado de 12 meses, o IBC-Br registrou alta de 2,47%. “A atividade ainda é algo que preocupa. Esses indicadores acima do esperado dão um alívio, mas não mudam nada no médio a longo prazos”, afirmou Mariana Hauer, economista do ABC Brasil

Para os analistas, o número é apenas o primeiro do ano e não há garantias de que resultados tão fortes se repitam, pelo contrário, indicadores de indústria e comércio de fevereiro mostram fraqueza. “Não acho que estejamos vendo uma tendência de crescimento, mas é uma recuperação. Para fevereiro, os dados não são muito encorajadores”, avaliou Bruno Rovai, economista do Barclays.

O especialista justifica sua visão com base em dados de veículos que, no mês passado, apresentou queda de 17,03% nas vendas comparado a janeiro. Com base nesses indicadores, a previsão do economista para a produção industrial do mês é de estabilidade. “Os dados de confiança também estão ruins e isso está segurando qualquer percepção de melhora. Com tudo isso, mantenho minha previsão para o PIB do primeiro trimestre em 0,3%”, argumentou. O desempenho do IBC-Br em janeiro ainda reforçou as apostas de que a autoridade monetária dará mais uma alta de 0,25 ponto percentual nos juros básicos (Selic), em 1 e 2 de abril.

Reforço Em linha com o IBC-BR, o PIB mensal Itaú Unibanco reforça a recuperação da economia no início do ano. De acordo com o indicador, a economia avançou 1,2% em janeiro na comparação com dezembro e teve alta média de 1,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mas no acumulado em 12 meses, o indicador desacelerou de uma elevação de 3% em dezembro para um incremento de 2,7% em janeiro. 


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