A campanha eleitoral antecipada e a Copa do Mundo estão impedindo que novas rodadas de concessões de infraestrutura de transportes saiam do papel neste ano. Os planos federais de transferência à iniciativa privada da administração de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, que pareciam ter sido, finalmente, destravados no fim de 2013, já esbarraram nos obstáculos do calendário. Para piorar, problemas verificados nos últimos anos, como questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU), ações na Justiça e falhas na elaboração de projetos de engenharia, continuaram retardando novas licitações.
“O governo já vinha perdendo a batalha para cumprir o cronograma original de importantes certames e acabou arrastando muita coisa para o abismo de um ano eleitoral”, observa o consultor de uma multinacional europeia com presença no ramo logístico brasileiro. Segundo ele, a prova de que o próprio Planalto sabia desses graves riscos que corria está no esforço concentrado de ministros e advogados para bater o martelo sobre concessões importantes de estradas e portos antes do fim de 2013.