Os efeitos dos aumentos da taxa básica de juros, a Selic, nos preços ainda estão por vir, segundo destacou o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, em audiência pública realizada nesta terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
Tombini lembrou que a taxa Selic vem sendo ajustada desde abril do ano passado e voltou a dizer que os efeitos da elevação são cumulativos e defasados. Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano.
O presidente do BC disse ainda que foi registrado aumento de 2 pontos percentuais nos preços administrados nos últimos sete meses. Segundo ele, isso indica que “está em curso o processo de realinhamento desses preços”.
Tombini destacou que a alta do dólar também constitui fonte de aumento na inflação no curto prazo, mas esse efeito deve ser limitado pela atuação do BC com o aumento da Selic.
O presidente do BC reforçou que a política monetária (definição da Selic) deve se manter especialmente vigilante para que níveis elevados de inflação não se mantenham. “O Banco Central tem agido para assegurar a convergência da inflação pra a trajetória de metas”, disse.
A taxa básica é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.