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Estado de Minas

Para Tombini, crédito cresce em torno de 13% em 2014

Tombini disse ainda que deve ser observado um gradual reposicionamento do sistema financeiro nacional


postado em 18/03/2014 13:37 / atualizado em 18/03/2014 14:10

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que a expectativa da autoridade monetária é de que o crédito cresça em torno de 13% este ano, o que para ele significa um ritmo de expansão sustentável. "O estoque do crédito imobiliário estoque ainda é baixo comparado a economia internacionais e o crescimento nesse segmento deve ser robusto", completou.

Tombini disse ainda que deve ser observado um gradual reposicionamento do sistema financeiro nacional. "Após desempenharem papel contracíclico, os bancos públicos devem voltar a seus nichos tradicionais", destacou.

Segundo ele, desde meados de 2012 a inadimplência tem sido declinante em todos os segmentos, mas sobretudo no crédito livre. "No fim de 2013 e início de 2014, a inadimplência tem se estabilizado em níveis baixos, bem abaixo dos verificados no começo de 2013. Além disso, o endividamento das famílias está no nível mais baixo dos últimos três anos", acrescentou.


O presidente do BC disse ainda que a evolução do crédito tem se mantido pela sustentação do crescimento do emprego e da renda, além de ações macroprudenciais e de educação financeira. "Essas ações macroprudenciais frearam as concessões de maior risco e estimularam mais rigor das instituições financeiras."

A convergência da demanda para modalidades como o crédito consignado e habitacional traz menor custo para os tomadores e menor risco para as instituições e a consolidação da inadimplência em patamar baixo contribui para a higidez do sistema", concluiu.

Emergentes

Tombini defendeu ser "falsa a tese de fragilidade e vulnerabilidade" das economias emergentes, em especial do Brasil. "O Brasil tem robustos fundamentos e conta com um sistema financeiro sólido", justificou. Segundo ele, o País ainda conta com reservas de US$ 377 bilhões e destacou que o Brasil tem compromissos de curto prazo relativamente pequenos.

Inflação

Tombini reafirmou durante a audiência na CAE que a autoridade monetária tem agido para assegurar convergência da inflação para trajetória de metas e que os efeitos das ações de política monetária são cumulativos e se manifestam com defasagem. "Parte significativa das respostas de preços ao ciclo de ajuste monetário ainda está para se manifestar", disse. "Estamos apertando a política monetária para a inflação convergir para a trajetória de metas", completou.

O presidente do BC citou o recuo dos preços livres nos últimos meses e a elevação dos preços administrados no período para destacar que está em curso um realinhamento desses preços. "Isso ocorreu em um contexto de depreciação cambial que superou 15% nos últimos 12 meses. Essa depreciação é fonte de pressão inflacionária no curto prazo, mas efeitos mais longos podem e devem ser contidos pela política monetária", frisou.

Repetindo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), Tombini disse que a inflação ainda mostra resistência, ligeiramente acima daquela estimada. "O segmento de alimentos in natura tem choque temporário que tende a se reverter nos próximos meses. A política monetária tem que agir para que esses efeitos se circunscrevam ao curto prazo", acrescentou. "A política monetária tem que se manter vigilante para evitar riscos de que níveis elevados de inflação persistam no horizonte", concluiu.


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