Principal auxiliar da presidente Dilma Rousseff no diálogo com movimentos sociais, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, criticou nesta terça-feira, pela manhã o rebaixamento, nesta segunda-feira, da nota de crédito do Brasil pela Standard & Poor's (S&P). Segundo ele, a agência "não conseguiu prever" a crise econômica mundial em 2008.
"A mesma agência que não conseguiu prever a crise que se abateu sobre os Estados Unidos e o mundo em 2008 agora tratou de rebaixar o Brasil em um grau de classificação", reforçou, ao participar da inauguração de uma estação de reciclagem em Valparaíso de Goiás (GO), a 25 quilômetros de Brasília. "Esses caras (da S&P) não andam por esse Brasil, não sabem o que é o País e não sabem que o nosso trabalho foi justamente criar essa rede de esperança que ninguém destrói mais", emendou.
Após o evento, Carvalho voltou tocar no assunto com jornalistas. "Não dá para a gente se abater pela simples consideração de uma empresa que mal conhece o País e já errou tanto no mundo. No caso da crise americana, foi nítido, essa empresa não conseguiu enxergar o risco que ali, sim, havia para investidor", comentou. "Meu brado não é de rebelião, é um brado de crítica àqueles que enxergam a realidade apenas por um visor, por um ponto de vista, e não pelo seu conjunto de uma vida que se expande cada vez mais e, sobretudo, de uma sociedade que cada vez mais é autônoma, cresce, se solidariza, toma iniciativas da economia solidária, que vão resgatando a vida digna para todo o povo."
Petrobras
O ministro disse que o governo federal não vai ser avaliado pelo "episódio da Petrobras" ou pelo "rebaixamento da agência", em referência, respectivamente, às polêmicas envolvendo à aquisição da refinaria de Pasadena e ao rebaixamento da nota.
A crise na Petrobras foi deflagrada após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que Dilma apoiou a compra da refinaria de Pasadena - em resposta ao jornal, a presidente afirmou que apoiou o negócio após receber um parecer "falho".
"O nosso povo tem sabedoria e vai julgar pelo conjunto da obra. Por isso, nessa hora, a gente tem de ter muita serenidade, saber passar essas tempestades com muita tranquilidade, não perdendo o foco. Nós temos oito, nove meses para trabalhar e vamos seguir até 31 de dezembro trabalhando, entregando e anunciando questões e feitos", prosseguiu.
Lula
Questionado sobre as divergências entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro respondeu: "É outra especulação que se teima em produzir. Quem conhece por dentro, como eu conheço, a relação dos dois, não tem receio. O sucesso da presidente Dilma é fundamental para o sucesso do presidente Lula."
Na avaliação do ministro, não há risco de "dissonância" entre os dois. "Se há alguma divergência, ela é tratada entre eles de maneira madura e tranquila. Quem apostar nisso (na dissonância entre Dilma e Lula) não vai se dar bem, porque não é por aí, não será por aí. O presidente Lula contribui bastante nas conversas com a presidente Dilma. A presidente Dilma tem todas as condições de continuar governando o País por mais quatro anos", afirmou.