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Estado de Minas

Câmara vota nesta sexta extensão de prazo para entrega de hotéis em BH

Vereadores devem garantir mais 60 dias de prazo para empreendimentos beneficiados pela Lei da Copa sem pagamento da multa, que pode ter valor reduzido por outro projeto


postado em 28/03/2014 06:00 / atualizado em 28/03/2014 07:14

Os hotéis em construção na capital para atender a demanda da Copa do Mundo podem ganhar fôlego extra no calendário de obras. A Câmara Municipal de Belo Horizonte deve colocar nesta sexta-feira em votação a extensão da data final para entrega dos empreendimentos para 31 de maio. De acordo com a Lei 9.952/2010, que flexibilizou o potencial construtivo da cidade para os investimentos hoteleiros, as obras teriam que estar prontas na próxima segunda-feira.

Dos 36 hotéis com obras em andamento, 19 devem entrar em funcionamento antes do mundial. Já foram inaugurados 10 novos empreendimentos na capital e outros 9 devem ficar prontos até o fim de abril. De acordo com cálculos da consultoria em hotelaria JR & MVS, a extensão do prazo é importante para esses grupos que estão na reta final do cronograma. A medida também é vista com bons olhos por parte dos vereadores, já que os empreendimentos em questão vão atender a demanda dos jogos. “A intenção é que a proposta seja colocada em votação amanhã (hoje), juntamente com o projeto de lei (PL) 392”, diz o vereador Wagner Silva (Preto) (DEM), líder do governo na Câmara. Segundo o vereador, a multa prevista em lei para os empreendimentos que não cumpriram o cronograma é bastante pesada. “Considero razoável haver pequena prorrogação do prazo para quem já está em fase de conclusão.”


Maarten Van Sluys, diretor-executivo da JR&MVS, lembra que a multa prevista na lei para os empreendimentos que não cumprirem o cronograma é tão pesada que, em muitos casos, dependendo do nível de atraso das obras, pode até mesmo inviabilizar o empreendimento. A multa chega a alcançar o valor do terreno. “Pode atingir R$ 5 milhões, eliminando o lucro operacional por dois anos.” A Câmara Municipal também deve apreciar, nas próximas semanas, o Projeto de Lei 999/14, de autoria do vereador Marcelo Álvaro Antônio, que isenta ou reduz a multa em algumas situações. Um dos panoramas previstos no PL é a ativação parcial do empreendimento até 31 de maio próximo, com conclusão final das obras até maio de 2015. Além disso, o grupo que administra o empreendimento deve garantir o funcionamento da empresa como hotel por 20 anos. Também está prevista audiência pública para debater a situação da nova rede hoteleira.

Enquanto parte dos empreendedores corre para cumprir os prazos, os estabelecimentos que vão engrossar o atendimento ao turista começam a ser inaugurados, com expectativa de ter ocupação de até 100% durante os dias de jogos e perto de 90% ao longo do mês do mundial. Ontem foi inaugurado o Tulip Inn, na Savassi, com investimentos de R$ 70 milhões. Junior Bosco, gerente comercial da Direcional Engenharia, responsável pela obra, aponta outros investimentos inaugurados em tempo, como o Go Inn, no Bairro Caiçara, aberto na segunda-feira, e o Ibis Styles Pampulha, que entra em operação amanhã.

Ao todo, os três hotéis somam investimentos da ordem de R$ 188 milhões e abrem na cidade 650 apartamentos. “Cumprir o cronograma não foi fácil, mas os investidores foram motivados pela oportunidade. No caso do Tulip Inn, por exemplo, o potencial construtivo do terreno cresceu cinco vezes, o que viabilizou o investimento”, diz Bosco. Segundo o executivo, a Copa do Mundo foi uma oportunidade, mas as maiores expetativas se concentram após o Mundial. “Belo Horizonte tinha uma carência de leitos, o parque hoteleiro era deficitário.”

Exigência

Segundo projeções da Prefeitura de Belo Horizonte, apesar dos atrasos, as 19 inaugurações que estão previstas para a capital, somadas aos sete hotéis já em funcionamento, representam mais de 50% do contingente total de novos leitos, garantindo as exigências da Fifa, com uma oferta de 21 mil leitos na cidade. Segundo Van Sluys, soma-se a isso o fato de que a entidade reduziu em 50% o número de reservas para o mundial em todo o país.

Os desbloqueios da Fifa não alteraram as previsões de ocupação máxima das hospedagens e a previsão é de demanda aquecida, que já se reflete nos valores da oferta. Os preços da diária para casal em apartamento standard em hotéis de três a cinco estrelas variam entre R$ 800 e
R$ 1 mil durante o mundial, enquanto longe do evento os preços em Belo Horizonte ficam entre R$ 300 e R$ 400. Paulo César Pedrosa, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindhorb), diz que o aumento em épocas de grande demanda é esperado. No entanto, ele destaca que os hotéis têm a seu favor uma forte contrapartida. “Oferecem conforto e segurança aos hóspedes.” Para a Copa do Mundo, o Sindhorb estima que haverá cerca de 200 meios de hospedagem na capital, com cerca de 120 hotéis entre 3 e 5 estrelas.

Reforço nas sedes

São Paulo – A Gol Linhas Aéreas detalhou ontem seu plano de operações para a Copa do Mundo e informou que, embora o número de voos no período da Copa seja semelhante ao de períodos normais, a companhia aérea que fará esforços para remanejar os destinos para que a oferta para as cidades-sede seja maior. O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, lembrou que o Mundial vai gerar um fluxo adicional para apenas 12 cidades de 63 em que a companhia opera e que o fato do número de passageiros cair nos demais destinos possibilitará o remanejamento.

Entre os esforços da companhia para atender a demanda do Mundial está a solicitação de 953 operações, sendo 378 voos extras e 575 com alterações de horários e ajuste de programação, além da garantia de aumento de contingente nos aeroportos das cidades-sede e oferta de novos produtos.

De acordo com informações da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), considerando as demais companhias, o incremento de operações na malha aérea no período entre junho e julho será de 31,2%. O volume de voos regulares ficará em 51.663 e os extras em 16.116, um total de 67.779. De Belo Horizonte, sairão 6.931 voos regulares e 789 extras, ou seja, 7.721 decolagens, aumento de 11,4% no período da Copa do Mundo. Em Brasília, serão 5.567 voos, sendo 3.392 regulares e 2.175 extras, incremento de 64,1%.

Sobre o nível de ocupação dos voos durante a Copa, Kakinoff explicou que ele deverá ser similar ao mesmo período do ano passado, porque a queda no fluxo corporativo é compensada pela alta no fluxo de turistas.

Restrições


Com relação às restrições do espaço aéreo durante os jogos da Copa, que afetarão 1,2% do total de decolagens estimadas, a Abear garante que o impacto será pequeno. Segundo a Gol, um total de 11.400 clientes serão atingidos, o que corresponde a 0,3% do total transportado no mês."Felizmente, o nível de ocupação para esses voos é baixo e a reacomodação será simples, sendo feita sem ônus para os clientes", afirma o presidente da Gol.

Em Belo Horizonte, durante a Copa, o aeroporto da Pampulha estará localizado na área vermelha (dentro da zona de restrição) e terá pousos impossibilitados nos horários de jogos. As decolagens ficam permitidas, desde que as aeronaves não efetuem curvas em direção ao Mineirão até que saiam da área amarela. Já o aeroporto de Confins ficará localizado fora da área vermelha e terá pousos e decolagens permitidos durante os jogos.

A repórter viajou a convite da Gol Linhas Aéreas


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