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Estado de Minas

Lobão admite possível campanha para evitar falta de energia na Copa do Mundo

Em entrevista ao "The Wall Street Jornal", o ministro destacou o risco do setor elétrico


postado em 28/03/2014 10:13 / atualizado em 28/03/2014 10:30

(foto: Reprodução https://online.wsj.com/)
(foto: Reprodução https://online.wsj.com/)

Em entrevista ao "The Wall Street Jornal", o ministro de Minas e Energia Edson Lobão, mudou seu discurso dos últimos meses e admitiu, pela primeira vez, que há chances de o governo lançar uma campanha para que a população brasileira reduza o consumo de energia elétrica voluntariamente. A publicação do jornal norte-americano mostra ainda que o objetivo da campanha, segundo o ministro, seria evitar possíveis apagões no país durante a Copa do Mundo.

O ministro destaca ainda durante a entrevista ao "WSJ" que se as chuvas não aumentarem nos meses de abril e maio, os reservatórios poderão ficar comprometidos, sem a recuperação que supre as importantes hidrelétricas brasileiras, o que levaria ao comprometimento do setor. O ministro disse que não deve haver nenhum racionamento de energia, o que poderia ser um dor de cabeça para a presidente Dilma Rousseff em um ano em que o Brasil sedia a Copa do Mundo e ela se prepara para a campanha de reeleição. No entanto, Lobão garantiu que não haverá racionamento compulsório de energia.

“Não estamos trabalhando com a hipótese de racionamento de energia”, disse Lobão. “Temos a convicção de que isso não será necessário.” No final do mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2001, o governo foi obrigado a decretar um racionamento de energia por causa do baixo nível dos reservatórios. O programa previa multa aos clientes que não cumprissem a meta de redução de consumo - uma medida que foi bastante impopular. “Não estamos planejando cobrar mais das pessoas que não economizarem energia”, disse Lobão. “Não vamos repetir o que ocorreu em 2001.”

O Brasil viveu o racionamento de energia em 2001 e 2002, no Governo do Fernando Henrique Cardoso, e sofre este ano uma das secas mais severas das últimas décadas, que põe em risco o abastecimento de energia nos meses de junho e julho, quando o país vai sediará a Copa do Mundo e receberá turistas estrangeiros.  Alguns analistas acreditam que é grande a chance de um racionamento neste ano, talvez até mesmo da Copa.

Para evitar problemas durante os jogos do mundial, o governo instalou duas subestações de energia elétrica em cada um dos 12 estádios que receberão os jogos, informou Lobão, destacando que não há risco de apagões durante o torneio. O ministro disse ainda que a demanda de energia não deve atingir picos durante a Copa do Mundo porque empresas e fábricas devem paralisar suas atividades nos horários dos jogos.

Alguns analistas sugerem que o governo está atrasado e que deveria tomar medidas mais cedo, em vez de esperar por abril ou maio. Lobão disse, no entanto, que o governo não quer começar um programa de eficiência energética até que seja absolutamente necessário, para evitar a propagação do medo de escassez real de energia. Agir agora “poderia ser entendido como o despertar do racionamento”, disse o ministro.

Lobão afirmou também que o governo optou por não elevar os preços da energia neste ano porque não se sabe quanto de dinheiro extra será necessário para cobrir os custos da ligação das térmicas. O ministro negou que a decisão de não ajustar as contas teve caráter político e disse que os valores terão de subir em 2015.

Com Agência Estado


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