Carolina Mansur *
São Paulo – O Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins), que teve apenas 42,05% das obras previstas para conclusão antes da Copa do Mundo finalizados até fevereiro, pode também não ser beneficiado por parte das intervenções consideradas imediatas e previstas no edital de concessão. A justificativa é o atraso na assinatura do contrato entre o novo administrador, o Grupo CCR, e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Segundo o ministro da aviação civil, Wellington Moreira Franco, que esteve ontem no 12º Fórum Panrotas, que reuniu empresários e autoridades do setor de turismo, a assinatura ocorrerá, finalmente, na segunda-feira. Ainda de acordo com Franco, o contrato de concessão do aeroporto do Galeão, no Rio, será assinado amanhã.
A celebração atrasada do contrato de Confins compromete o início das ações para a melhoria dos serviços prestados durante o Mundial. Inicialmente prevista para março, com tentativa frustrada de antecipação da data para janeiro, a celebração do contrato ocorrerá apenas 64 dias antes do início da Copa, dificultando a execução de parte das melhorias que devem ser viabilizadas pela concessionária.
Considerando os prazos estabelecidos pelo edital depois da assinatura do contrato, o Plano de Ações Imediatas (PAI), que teria por objetivo estruturar sistematicamente um conjunto de investimentos e intervenções operacionais de curto prazo, dá aos gestores 30 dias para apresentação das medidas e à Anac mais 20 dias para apreciação e aprovação. Ou seja, o prazo para o início das intervenções venceria 50 dias a partir do dia 7 de abril – ou apenas 15 dias antes de a bola começar a rolar.
Na lista de atividades que devem ser concluídas até o Mundial está a revitalização e atualização da sinalização, a ampliação de pontos de energia nas salas de embarque, a revisão do sistema predial de combate a incêndio, dos sistemas de escadas rolantes, esteiras rolantes, elevadores e esteiras para restituição de bagagens.
Pressa
Segundo o ministro, embora os contratos em Confins e Galeão ainda não tenham sido assinados, os concessionários já têm acompanhado a rotina dos aeroportos. “Solicitei que eles começassem a frequentar o aeroporto, se familiarizando com a operação, para que acelerássemos as mudanças”, afirma. Procurada, a CCR limitou-se a dizer que só poderá comentar o contrato e a realização das intervenções depois da homologação do contrato.
Considerado o principal fórum de debates do turismo brasileiro, o Fórum Panrotas, que aconteceu ontem e continua hoje, em São Paulo, foi palco da entrega de um relatório de reivindicações do setor ao novo ministro do turismo, Vinícius Lages, ao senador Aécio Neves e ao presidente da Comissão de Turismo e Desporto (CTD) da Câmara dos Deputados, deputado Renato Molling. Entre elas, a ampliação da malha aérea, melhor promoção do turismo, facilitação para a obtenção de vistos para estrangeiros e possibilidade de contratação do trabalho de curta duração, já que o turismo é sazonal.
A repórter viajou a convite do 12º Fórum Panrotas
Mal no ranking
Uma pesquisa elaborada pela entidade de defesa do consumidor Test-Achats, da Bélgica, revelou que tanto as companhias áreas brasileiras quanto os aeroportos do país constam na lista dos piores serviços prestados no mundo. Os 9 mil consumidores brasileiros e estrangeiros de seis países questionados apontaram a Gol como uma das piores companhias aéreas do planeta. Em nota, a Gol informou que busca se aprimorar e que criou o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) 2.0, “exclusivo para atender às demandas das redes sociais. Esse setor realiza cerca de 4,8 mil interações ao mês”. Sobre os aeroportos, Guarulhos (SP) e Galeão (RJ) foram apontados como os piores do mundo quando se trata do tempo médio de espera pela bagagem.