São Paulo, 02 - A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto porcentual para o nível de 11,00% ao ano, confirmou a previsão do economista-chefe da Infinity Asset, Carlos Acquisti. Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, ele avaliou que a grande novidade vinda da diretoria do Banco Central - e que deixa portas abertas para novos ajustes na Selic - foi a alteração no comunicado divulgado pelo comitê, dizendo que será feito um monitoramento da evolução do cenário macroeconômico até a próxima reunião, para que então sejam definidos os próximos passos na estratégia de política monetária.
Para Acquisti, com o conteúdo apresentado no comunicado, não está descartada uma nova alta na Selic já no próximo encontro do Copom, agendado para maio. "A porta está bem aberta, mas a mudança do comunicado quer dizer algo", opinou. "Acredito que, se houver alguma coisa fora do radar do comitê, eles podem elevar novamente", disse o analista, para quem, num cenário inicial e preliminar, o aumento dos juros em abril foi o último do ciclo iniciado exatamente há um ano.
O economista-chefe da Infinity Asset lembrou que, a despeito do que o comunicado do Copom pode ter sugerido, houve um ajuste de tamanho relevante, de 3,75 pontos porcentuais desde o início do ciclo. "E eles têm insistido que os efeitos das ações são defasados", comentou.
Para Acquisti, além da surpresa da mudança no conteúdo do texto, o Copom foi "mais claro" no comunicado. "(Os diretores) Estão dando um peso relevante aos dados; ou seja, olho na inflação, atividade e fiscal", afirmou.