A elevação média de preços dos produtos tradicionais da Páscoa ficou abaixo da inflação nos últimos 12 meses. A alta foi 2,84%, enquanto a inflação registrou 6,09%, conforme a apuração do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Getulio Vargas (IPC-FGV).
O economista acrescentou, no entanto, que apesar de o bacalhau, também bastante procurado para o almoço de Páscoa, ter ficado abaixo da inflação no mesmo período, para as famílias mais humildes a compra do produto pode pesar no orçamento. “O bacalhau é um produto que tem um nível de preço um pouco mais alto. Então, famílias mais humildes talvez não possam comprar. O pescado, embora tenha ficado mais caro nos últimos doze meses, concorre com preços mais em conta. Apesar da alta, para algumas famílias talvez valha mais a pena comprar o pescado fresco do que o bacalhau, que é um item mais caro."
Outros produtos também registraram alta acima da inflação acumulada até março deste ano, como a couve (13,8%), os ovos (7,89%), o azeite (7,67%) e a azeitona em conserva (7,5%). O economista explicou que, em geral, a maior pressão sobre os preços dos alimentos frescos aconteceu de 2012 para 2013 e repercutiu mais na Páscoa passada. Um exemplo foi o tomate, que atingiu preços muito altos. Embora o produto não esteja na cesta de Páscoa, outros alimentos como a batata, a cebola e a couve estão, e, naquela época, também sofreram redução da área plantada, uma das causas para a alta dos preços.
“Somaram efeitos climáticos, com redução da área plantada e isso fez com que os alimentos frescos entre 2012/2013 avançassem muito mais do que agora, embora a gente esteja passando por um período de aumento de preços desses alimentos em função da seca recente. Mas este fenômeno climático atual ainda foi mais brando do que o verificado em 2012 e 2013”, analisou.
Outra boa notícia para o consumidor para o período da Páscoa são os preços de bombons e chocolates. “No geral, esta Páscoa, apesar de ter os seus vilões, como o pescado fresco, também tem itens que ficaram mais baratos. Os bombons e chocolates subiram 1,16%, mas perderam para a inflação. Em termos reais é como se eles estivessem mais em conta para as famílias”, explicou.
A cebola registrou queda de 39,84%, enquanto na Páscoa do ano passado tinha subido 88,99%. André Braz destacou que os alimentos frescos costumam devolver, a médio prazo, os aumentos expressivos normalmente verificados nos momentos em que o clima é mais volátil ou então no alto inverno. “Chegou o ano de ter uma oferta mais regular da cebola e isso garante o produto com o preço mais em baixa. É diferente do bacalhau que está subindo menos de preço, mas não devolve o que acumula”, comparou.