A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,92% em março deste ano, a maior alta registrada para o mês desde 2003, quando a variação ficou em 1,23%. A taxa é superior à observada em fevereiro (0,69%) e também em março do ano passado (0,47%). Com o resultado, a taxa acumulada em 12 meses acelerou de 5,68% em fevereiro para 6,15% em março, aproximando-se mais do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.
O dado foi divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa foi puxada principalmente pelos alimentos, que tiveram uma inflação de 1,92%, o equivalente a uma contribuição de 0,47 ponto porcentual ou 51% da variação de 0,92% do IPCA no mês.
Segundo o IBGE, a estiagem prejudicou as lavouras, impulsionando o preço de produtos importantes na cesta básica do consumidor. O tomate ficou 32,85% mais caro no mês. A batata inglesa subiu 35,05%, o feijão carioca aumentou 11,81% e hortaliças e verduras tiveram elevação de 9,36%. Em fevereiro, o grupo Alimentação e bebidas havia registrado alta de 0,56%.
Também registraram altas o ovo de galinha (8,21%), o leite longa vida (5,17%), o cafezinho (3,32%), o óleo de soja (3,23%), carnes (2,25%), frutas (1,96%), farinha de trigo (1,07%) e pão francês (0,68%).
O grupo de despesas transportes também teve contribuição importante para a inflação de março, com taxa de 1,38%. As passagens aéreas foram o item individual que mais pesou no IPCA do mês, com inflação de 26,49% em março. Outros itens com aumento de preços foram o etanol (4,07%), a gasolina (0,67%) e o automóvel novo e usado (0,78%).
Dos nove grupos de despesa que compõem o IPCA, apenas comunicação registrou deflação (queda de preços) de 1,26%. Os demais, assim como alimentos e transportes, tiveram aumento de preços: despesas pessoais (0,79%), educação (0,53%), saúde e cuidados pessoais (0,43%), artigos de residência (0,38%), habitação (0,33%) e vestuário (0,31%).
Belo Horizonte
Os preços em alta também pesam o bolso do consumidor belorizontino. A inflação na capital mineira subiu de 0,73% em fevereiro para 0,78% em março, no entanto, inferior ao IPCA nacional (0,92%). No acumulado em 12 meses, a taxa ficou em 5,72%, abaixo do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.
Nas demais capitais do país, a inflação oficial registou alta em seis das 13 áreas pesquisadas pelo IBGE, com destaque para Brasília: a capital federal teve inflação correspondente a 1,92%, 1 ponto percentual superior ao IPCA nacional (0,92%). No Rio de Janeiro, o índice ficou em (1,28%), Curitiba (1%), São Paulo, Campo Grande e Porto Alegre (ambos com alta de 0,93%), todos com índice superior ao IPCA nacional de 0,92%.
Em Goiânia a taxa variou (0,89%), em Salvador (0,71%); em Fortaleza (0,70%); em Vitória (0,60%); em Belém (0,53%); e em Recife ( a menor taxa do país) o IPCA variou em março 0,52%.(Com Agências)