Rio, 15 - A queda de 7,6% nas vendas de veículos e motos, partes e peças na passagem de janeiro para fevereiro foi a mais intensa desde setembro de 2012, quando o volume vendido teve retração de 24,9%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é explicado pelo esgotamento das políticas de incentivo ao consumo, uma vez que a demanda reprimida já foi saciada, apontou Aleciana Gusmão, técnica da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
"Você tinha incentivo a partir da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que durou muitos meses, e vai perdendo ritmo porque, por serem bens duráveis, a capacidade de substituição pela população não é muito intensa. Foi perdendo fôlego", justificou Aleciana.
O segmento de veículos também é responsável pela perda de fôlego verificada na série histórica do varejo ampliado. Em relação ao mês anterior, as vendas do varejo ampliado recuaram 1,6% em fevereiro. A média móvel trimestral, que indica tendência, ficou em -0,4% no trimestre terminado em fevereiro.
"Tem a ver com uma certa saciedade dessa demanda reprimida por novos veículos, uma vez que a política de incentivos ao consumo a partir de alíquotas de IPI mais baixas já vem vigorando há alguns anos. É natural que as famílias que já fizeram essa substituição dos seus veículos não venham a fazer isso novamente num horizonte temporal tão curto", confirmou Aleciana.