O economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria Integrada, acredita que a alta de 0,24% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro ante janeiro confirma a avaliação de enfraquecimento da economia e, consequentemente, reforça a expectativa de manutenção da taxa básica de juros em 11% na próxima reunião do Copom, em maio.
"O IBC-Br, junto com outros indicadores que também sinalizam moderação da atividade, contribui para o encerramento do ciclo de aperto monetário", afirmou. Segundo ele, após dados positivos da economia brasileira em janeiro, tanto fevereiro quanto março se mostram menos favoráveis.
Ele explica que, no caso de fevereiro, a queda de 1,6% do varejo ampliado, na margem, limitou a expansão do IBC-Br. "O que pesou foi principalmente a redução das vendas de veículos", revelou.
De acordo com Bacciotti, os dados antecedentes sinalizam um ritmo de atividade ainda fraco em março. "O resultado de fluxo de veículos pesados nas estradas, produção de veículos da Anfavea e produção de papelão ondulado indicam uma retração de 1,9% da produção industrial em março. E as informações que temos do varejo também são fracas", disse. "O IBC-Br deve consolidar essas informações e tem chance elevada de ficar negativo em março."
Segundo Bacciotti, diante do cenário, a Tendências aposta em um crescimento de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano.