O Brasil deve continuar com a economia em marcha lenta e a inflação elevada em 2014, apesar da forte alta de juros promovida pelo Banco Central, destaca o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório divulgado nesta quinta-feira, em Lima, no Peru, chamado "Perspectiva Econômica Regional para o Hemisfério Ocidental". A previsão do FMI é de que o Brasil cresça 1,8% este ano, uma das menores taxas de expansão das Américas.
Excluindo a Argentina e Venezuela, apenas países pequenos da região - Santa Lúcia, Jamaica, Granada, Antígua e Barbuda, Dominica, Barbados e El Salvador - devem ter expansão menor que a economia brasileira este ano, segundo o relatório do Fundo. No continente, os Estados Unidos devem ser um dos destaques e crescer 2,8% este ano. A Argentina deve se expandir 0,5% e a Venezuela encolher 0,5%, segundo as projeções do FMI, que não tiveram alterações em relação às divulgadas na reunião de primavera do Fundo em Washington, no começo do mês.
O Brasil deve se expandir menos que a média da América Latina, com crescimento previsto de 2,5% este ano. O destaque na região entre as grandes economias deve ser o México, com expansão estimada de 3%. Já o Panamá deve ficar com o maior crescimento do PIB, de 7,2%.
O FMI atribui o fraco desempenho do Brasil a um conjunto de fatores. A fraca confiança dos empresários continua pesando negativamente no investimento privado, que vem mantendo desempenho pífio. O Fundo também cita os gargalos na infraestrutura, que desestimulam o investimento privado e contribuem para a perda de competitividade do País.
No caso da inflação, o relatório do FMI destaca que ela deve permanecer no topo da meta do Banco Central, apesar do aperto monetário significativo desde abril do ano passado. Os economistas do Fundo citam alguns fatores para explicar a persistente alta de preços, que incluem os estrangulamentos na infraestrutura, inércia inflacionária e reflexos da desvalorização passada do real.
A recomendação do Fundo para os países com inflação persistentemente alta é de que ambas as políticas, monetária e fiscal, sejam usadas para conter a pressão nos preços e reforçar a credibilidade da política econômica.