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Estado de Minas CONSUMO

Impostos pesam presente das mães

Tributos chegam a corresponder a até 78% do preço final de produtos, como perfumes importados, revela pesquisa


postado em 06/05/2014 06:00 / atualizado em 06/05/2014 07:28

Lílian planeja gastar R$ 150 para comprar um par de botas para sua mãe, dos quais R$ 54,2 serão destinados ao pagamento de impostos (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Lílian planeja gastar R$ 150 para comprar um par de botas para sua mãe, dos quais R$ 54,2 serão destinados ao pagamento de impostos (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Lílian das Virgens da Silva, de 38 anos, namorou nessa segunda-feira algumas vitrines da Avenida Getúlio Vargas, na Savassi, onde pesquisou o preço do presente que irá comprar para sua mãe. “Penso num par de botas, pois o inverno está chegando e (esse tipo de calçado) é bom para ser usado durante essa estação.” Lílian planeja gastar cerca de R$ 150 com o produto. O que ela não sabe é que, em média, os impostos cobrados pelas três esferas de governo – União, estados e municípios – representam, em média, 36,17% do preço final de um par de botas. É o que indica um estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o qual mostra que presentes típicos do Dia das Mães, a melhor data do varejo depois do Natal, têm uma elevada carga tributária.

O de um perfume importado, por exemplo, corresponde a 78,43% do preço final. De um nacional, 69,13%. O IBPT pesquisou 24 itens e, em todos eles, o percentual de impostos sobre o preço final foi de dois dígitos, sendo o menor o do tradicional buquê de flores, de 17,71% (veja quadro). O advogado e presidente-executivo da entidade, João Eloi Olenike, avalia que o peso dos impostos nessas mercadorias ocorre em razão de esses produtos serem considerados supérfluos. “É o caso do aparelho de MP3 ou Ipod, que têm carga tributária de 49,45%, quase metade do seu valor”.

Para os consumidores como Lílian, porém, o governo precisa repensar a carga tributária no país. “Os índices podiam ser menores. Estão muito alto”, lamentou ao saber que, dos R$ 150 que pretende gastar com o presente de sua mãe, R$ 54,2 serão destinados aos caixas do poder público. Mesma opinião tem a vendedora Sheilla Del Penho, de 29, que planeja gastar até R$ 200 com os presentes da mãe: “Vou comprar roupas e acessórios”.

Sheilla irá pagar as compras em dinheiro, como fará a maior parte dos consumidores da capital, segundo uma pesquisa feita pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH). De acordo com o estudo, 45,29% dos entrevistados pagarão os presentes em espécie. O percentual chamou atenção dos lojistas, pois, no ano passado, a maioria optou por parcelar as mercadorias com cartão de crédito.

Apelo emocional

Independentemente da forma de pagamento, a CDL concluiu que a alta carga tributária não irá impedir os comerciantes em apurar uma alta nas vendas desse ano em relação ao mesmo período de 2013. A CDL-BH prevê crescimento entre 1,99% e 3,09%, com faturamento alcançando de R$ 2,17 bilhões a R$ 2,19 bilhões.

“O bom momento do mercado de trabalho atrelado ao aumento da renda dos trabalhadores sustentará as vendas do comércio. Além disso, o apelo emocional do Dia das Mães é muito forte, os consumidores podem até comprar presentes de menor valor, porém dificilmente deixarão de presentear”, disse o presidente da CDL-BH, Bruno Falci. Outra pesquisa da entidade concluiu que o tíquete médio nesse ano será de até R$ 50. Em 2013, o valor ficou entre R$ 100 e R$ 150.


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