Os financiamentos concedidos pelo Banco do Brasil (BB) para negócios imobiliários quase que dobraram em um ano, atingindo saldo de cerca de R$ 27 bilhões no encerramento do primeiro trimestre deste ano. Do total, R$ 6,6 bilhões referem-se aos desembolsos para empresas, cuja demanda aumentou 122,6%, e R$ 20,3 bilhões ao crédito destinado às pessoas físicas, que registou alta de 79%.
Esse tipo de empréstimo foi o que mais avançou na carteira de crédito ampliada da instituição que atingiu R$ 699,3 bilhões, 18% acima do valor de igual período do ano passado. A segunda maior operação do gênero ocorreu no setor do agronegócio, com expansão de 35,7% e um total de crédito no valor de R$ 150 bilhões.
Já o saldo relativo ao crédito para as empresas atingiu R$ 324,5 bilhões, 16,9% maior em 12 meses e 0,4% na comparação com o trimestre anterior. Desse total, 71,9% foram para capital de giro. As operações para as micro e pequenas empresas tiveram crescimento de 12,2%, com saldo de R$ 100,2 bilhões.
O menor crescimento ocorreu nas linhas voltadas para as pessoas físicas com montante, de R$ 137 bilhões e alta de 14,6% em um ano e 2% sobre o quarto trimestre de 2013. A maioria desses financiamentos (75,3%) refere-se a contratos considerados de menor risco (crédito consignado, CDC Salário, financiamento de veículos e crédito imobiliário).
O vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do BB, Ivan Monteiro, disse que o aumento da taxa básica de juros, a Selic, para 11%, no início de abril, inibe a demanda por parte das pessoas físicas. Ele avaliou como estável o quadro de inadimplência e acha que a situação tende a melhorar. Os pagamentos com atraso superior a 90 dias representaram no final de março 1,97% da carteira de crédito do banco, inferior ao registrado no Sistema Financeiro Nacional (3%).
Essas informações constam do balanço divulgado hoje sobre o desempenho do primeiro trimestre deste ano, em que o BB atingiu lucro líquido de R$ 2,7 bilhões, 4,7% acima do registrado em igual período do ano passado. Já o lucro ajustado, que não inclui os efeitos extraordinários do período, alcançou R$ 2,436 bilhões, 9,3% a mais do que no primeiro trimestre de 2013. Uma parcela de 40% do lucro líquido foi para a remuneração aos acionistas (R$ 1,1 bilhão) dos quais R$ 882,3 milhões na forma de juros sobre o capital próprio e R$ 227,6 milhões em dividendos. O valor da ação alcançou R$ 0,40.