A alta da batata foi um dos principais motivos da variação de 11,39% no custo médio da cesta básica em abril na capital mineira. Em um mês, o quilo do legume subiu 95,93%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O instituto atribui o aumento nos preços ao clima quente e seco. Segundo o economista e técnico do Dieese, Fernando
Ferreira Duarte, as constantes altas dos alimentos básicos são preocupantes. "Esperamos que a normalização de chuva e colheita venha reverter esse quadro, já que o trabalhador que ganha um salário mínimo comprometeu mais de 50% da sua renda somente com alimentos básicos", disse.
A disparada no preço do produto ocorreu também na Ceasa Minas, onde o quilo no atacado subiu 32,5% entre março e abril, de R$ 1,26 para R$ 1,67. Segundo a Central de Abastecimento, a alta foi influenciada principalmente pelo fato de alguns municípios produtores passarem por uma fase de transição de safras. "Atualmente, o Sul de Minas está produzindo em quantidade maior. Nos últimos dias, verificamos no atacado uma redução nos preços do produto e a previsão é de que, ao longo do mês de maio, a batata volte a apresentar preços regulares", disse em nota.
Além da batata, o preço do tomate também assusta. De março para abril, o salto foi de 50%, segundo o Dieese. No entanto, na Ceasa, o quilo do produto no atacado caiu 20%, de R$ 1,90 em março para R$ 1,52. "A situação de preços altos do tomate é resultado da baixa oferta ligada a diversos fatores como estiagem e clima quente, pancadas de chuva que afetaram a qualidade do produto.
Capitais
Belo Horizonte foi a capital onde se apurou a maior alta da cesta em abril, 11,39%, seguida de Aracaju, que registrou um aumento de 5,41%. A única queda foi registrada em Goiânia (-5,41%). Já o maior valor (R$ 359,37), foi percebido em Porto Alegre. Na sequência aparecem São Paulo (R$ 357,85), Florianópolis (R$ 351,66) e Vitória (R$ 351,27). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 238,04), João Pessoa (R$ 270,15) e Salvador (R$ 274,38). Na capital mineira, a cesta foi comercializada por R$ 296,83.
Salário de R$ 3.019,07
A pesquisa apontou ainda que o trabalhador belo-horizontino que ganha um salário mínimo comprometeu, em abril, 51,42% do rendimento líquido para comprar a cesta básica. O Diesse também pesquisou o salário mínimo necessário para aquisição da cesta básica na capital mineira. De acordo com o levantamento, o salário é de R$ 3.019,07, o que corresponde a 4,16 vezes o salário mínimo em vigor este ano (R$ 724).