Apesar do cenário ainda preocupante, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou e fechou abril com alta de 0,67%, ante uma variação de 0,92% em março, a maior para o mês desde 2003, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumulou uma alta de 2,86%. Em 12 meses, a taxa ficou em 6,28%, abaixo do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.
Em Belo Horizonte, o IPCA fechou o mês com avanço de 0,75%, acima da variação nacional (0,67%). Já no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa ficou em 5,83%, acima dos 5,72% em março. As capitais com maior alta foram Porto Alegre (RS) e Fortaleza (CE) (1,08%). O Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Brasília (DF), Vitória (ES) e Belém (PA) ficaram abaixo da média do índice.
Mesmo com desaceleração do índice, os alimentos in natura continuam entre os principais vilões da inflação. O grupo pressionou menos em abril, com alta de 1,19%, ante aumento de 1,92% em março. Mesmo assim, os preços de alguns alimentos assustam, caso da batata inglesa, que subiu 22,26% em abril, apesar da alta de 35,05% em março. No ano, a batata acumula inflação de 43,50%. Além da batata, tiveram altas expressivas o feijão-fradinho (9,81%) e a carne seca e de sol (8,01%).
Por outro lado, o tomate, que chegou a custar 32,85% a mais em março, mostrou queda de 1,94% no mês passado, assim como a mandioca (-8,58%), cerveja -(1,09%) e hortaliças (-1,00%).
O grupo transporte também desacelerou, de 1,38% para 0,32%, contribuindo para a queda do IPCA. O IBGE destacou a a queda de 1,87% nas tarifas aéreas já que haviam apresentado alta de 26,49% no mês anterior. Além disso, “tanto combustíveis quanto ônibus e automóveis subiram menos”.
Três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados também subiram menos em março. O destaque foi o item Despesas Pessoais, que passou de 0,79% para 0,31%, puxado pela desaceleração de empregado doméstico (de 1,28% para 0,58%) e cabeleireiro (de 0,79% para 0,03%).
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada em 12 meses passou de 6,15% em março para 6,28% em abril, maior taxa desde junho do ano passado, quando ficou em 6,70%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Como consequência, o indicador se aproximou ainda mais do teto da meta perseguida pelo governo, de 6,5% no ano. (Com agências)