O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou nesta sexta-feira, que o setor automotivo brasileiro não é favorecido pelo governo. "Não tratamos com o governo benefício para o setor ou determinada empresa", disse. "Estamos discutindo posições fundamentais para o país crescer", acrescentou.
Moan rebateu as críticas de que o setor automotivo é muito favorecido e recebe benefícios diretos do governo. "O desenvolvimento adequado do setor automotivo, não só no Brasil, mas em qualquer país do mundo, tem um peso extremamente grande na economia de onde está instalada", afirmou. "É nesse peso que trabalhamos sempre no sentido não de benefício direto, mas de integração plena com o País e com a sociedade", comentou.
O presidente da Anfavea destacou que os benefícios concedidos pelo governo são sempre compensados de alguma forma. "A diminuição da arrecadação do IPI de maio de 2012 a dezembro de 2013 foi de R$ 5 bilhões, por exemplo. Já a arrecadação de PIS/Cofins, ICM e IPVA gerou adicionais R$ 13 bilhões", explicou, destacando que o saldo líquido de R$ 8 bilhões para o governo ao longo dos 19 meses neste caso.
Segundo o presidente da Anfavea, o setor produtivo do segmento, desde a fabricação até o pós-venda representa em torno de 12% da arrecadação total do País. Ele reafirmou ainda que a carga tributária brasileira sobre veículos é a maior do mundo. "Nos carros flex, mesmo com a alíquota reduzida, pagamos 30% de impostos diretos", exemplificou. Ele ressaltou ainda o impacto dos tributos indiretos. "Sempre iremos defender claramente que a carga tributária sobre veículos no Brasil é excessivamente alta", afirmou.