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Estado de Minas

Sindicato e Ambev não chegam a acordo sobre possível greve durante a Copa do Mundo

Categoria acusa patrocinadora do mundial de futebol de se recusar a atender reivindicações sobre redução de acidentes de trabalho e não dar resposta sobre a abertura de negociações


postado em 09/05/2014 16:47 / atualizado em 09/05/2014 21:42

(foto: Divulgação Ambev )
(foto: Divulgação Ambev )

Funcionários da Ambev, maior empregadora do setor de bebidas do Brasil, ameaçam entrar em greve nacional durante a Copa do Mundo, caso a empresa não queira atender reivindicações sobre a prevenção e redução de acidentes de trabalho nas fábricas. De acordo com dados do Ministério da Previdência Social (MPAS), entre 2010 e 2012, foram registrados 16.848 acidentes no setor, com 42 mortes no mesmo período. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), a Ambev também ainda não deu uma resposta a categoria sobre a abertura de negociações em todo o país.

Diante da situação, operadores e auxiliares da filial da Ambev de Manaus oficializaram estado de greve ontem, com possibilidade de paralisação na próxima quarta-feira, caso a empresa não atenda as novas reivindicações. De acordo com a CNTA Afins, a pauta nacional de reivindicação dos trabalhadores, que inclui piso salarial nacional de R$ 1,5 mil, será centralizada na atual negociação de acordo coletivo de Manaus (AM).

Durante assembleia realizada na última quarta pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Bebidas em Geral de Manaus (Stibam), com a presença da CNTA Afins, os trabalhadores votaram pela nova pauta de reivindicação para a categoria: reajuste salarial com aumento real de 10% sobre os salários já reajustados em maio de 2014, remuneração de horas extras com adicional de 100% (segunda a sábado) e de 120% (domingos e feriados), adicional noturno de 50% em relação à hora normal, implantação do programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), adicional de insalubridade e periculosidade, entre outros pontos.

Para o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, desde março, a entidade busca a abertura de negociação em nível nacional com a Ambev, a qual resiste até o momento. "Esse tipo de dificuldade já era prevista e, uma vez que a Ambev não negocia em nível nacional, as reivindicações locais dos trabalhadores não são atendidas. Por isso, eles acabam ficando revoltados. Atendidas essas novas reivindicações, o objetivo é, nas unidades da Ambev que não tenham os mesmos benefícios, fazer com que todos sejam aplicados, tornando-se, assim, o atendimento das reivindicações nacionais por negociação local”, explica Bueno. “A possibilidade de uma greve nacional e boicote aos produtos e marcas da companhia não estão descartadas”, conclui.

Procurada pelo em.com.br, a Ambev informou " trata-se de uma negociação local e restrita a uma única fábrica na cidade de Manaus, sem qualquer relação com as demais unidades da companhia".


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