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Estado de Minas

Confins: Das ações previstas para a Copa, só 55% devem ficar prontas

Falta de planejamento atrasa reforma do terminal, obras no pátio de aeronaves, na pista e no puxadinho


postado em 11/05/2014 07:00 / atualizado em 11/05/2014 08:22

Construção do módulo provisório e do pátio de aeronaves e a expansão do terminal de passageiros (ao fundo) teriam sido comprometida por atraso na entrega dos projetos de engenharia, segundo consórcio(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Construção do módulo provisório e do pátio de aeronaves e a expansão do terminal de passageiros (ao fundo) teriam sido comprometida por atraso na entrega dos projetos de engenharia, segundo consórcio (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
A lentidão na elaboração do projeto de engenharia é o principal entrave na ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Com pouco mais de metade da obra concluída, a Infraero ainda não repassou todos os projetos para o consórcio responsável pela construção. Com isso, apesar de a estatal dizer que até agosto, oito meses depois do prazo inicial, a reforma ficará pronta, a empresa diz não poder afirmar ao certo quando a obra será finalizada.


A Infraero contratou as empresas para efetuar a reforma sem ter o projeto executivo em mãos. Paralelamente às obras, uma empresa era responsável pela execução do estudo de engenharia que dá balizamento para a reforma. Devido aos atrasos da projetista, a Infraero rompeu o contrato, firmando outro com novo grupo. Os atrasos persistiram. Em novembro de 2012, o consórcio Marquise/Normatel quase paralisou as obras devido a atrasos que atingiram “nível exorbitante”.


“As mudanças no cronograma se devem a sucessivos atrasos na entrega dos projetos executivos de engenharia e à demora nas liberações das frentes de trabalho, cuja responsabilidade não é do consórcio”, diz nota do responsável pela execução das obras. As empresas dizem cumprir todas as obrigações contratuais e que alertaram a Infraero por diversas vezes. “Como ainda faltam projetos executivos a serem entregues pela Infraero, não há como precisar quando a obra será concluída”, diz outro trecho da nota.


A escassez de funcionários fez com que a empresa rompesse o contrato de 300 trabalhadores. “Houve gastos com a contratação de mão de obra compatível com a demanda então anunciada. Como resultado, pagamos funcionários que não despenderam energia e trabalho. Simplesmente ficaram à disposição no aguardo de uma manifestação concreta da Infraero no sentido de abrir frentes para início das atividades desses trabalhadores”, disse carta do consórcio encaminhada à Infraero. Sete ofícios foram feitos.


O atraso resultou na necessidade da assinatura de dois aditivos contratuais, que, juntos, somam R$ 17 milhões. A empresa já indicou a necessidade de um terceiro acréscimo. O deputado estadual Fred Costa, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Mobilidade Urbana, diz que pode denunciar ao Ministério Público “se comprovado que houve mau uso do dinheiro público”. Ele afirma que há total falta de planejamento. “O cidadão que já está sendo tão prejudicado não pode ser onerado com mais esta conta”, diz o deputado, que, ao lado de outros parlamentares, esteve no aeroporto por quatro vezes para fiscalizar o andamento da obras.

Mar de desordem Além de pagar a conta pela ineficiência da Infraero, os passageiros são forçados a conviver com um terminal saturado. Às vésperas da Copa do Mundo, falta muito serviço. As escadas rolantes que ligam o primeiro e o segundo andar do saguão não foram substituídas. Ao subir ou descer, o ranger das escadas mostra o quão antigos são os equipamentos.

A Infraero diz que as escadas serão substituídas. Mas o problema é só um em um mar de desordem. Três dos oito elevadores previstos; o setor de embarque e desembarque internacional; o piso e o forro da sala de embarque e o subsolo (estação de tratamento de água, obras de apoio mecânicas e elétricas) só passarão por intervenções depois da Copa do Mundo, apesar de integrarem o escopo das mudanças previstas para o Mundial.

A previsão é que 55% das intervenções sejam entregues até 31 de maio. De 12 de junho a 13 de julho, as obras serão paralisadas e retomadas depois do torneio. No período, segundo o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, as obras serão “tapeadas”. A Infraero garante que 45% das ações serão efetuadas em 45 dias. Em quase 1 mil dias, 52% das intervenções foram entregues.

A ampliação da área do terminal de passageiros em 7,3 mil metros quadrados, pouco mais de 10%, é a garantia do aumento da capacidade em 1,5 milhão de passageiros por ano, aliviando o gargalo operacional de Confins, que operou com 10,4 milhões de passageiros por ano em 2013.

Memória
Segundo terminal fica pelo caminho

A construção de um “puxadinho” para receber parte da demanda do aeroporto foi definida depois de a Infraero descartar a construção de um segundo terminal. Em março de 2012, a estatal contratou o consórcio Concremat/Themag para elaborar os projetos básico e executivo do terminal com capacidade para 10 milhões de passageiros por ano, dobrando o total de pessoas que Confins pode receber anualmente. Pela proposta, até dezembro de 2012 as empresas entregariam o projeto básico, permitindo à Infraero licitar a parte de obras. Pelo cronograma, o terminal ficaria pronto 18 meses depois da licitação. Ao todo, R$ 10,46 milhões foram gastos para os projetos. Apesar da promessa, o mesmo só deve ser construído pela concessionária que assumiu a administração do aeroporto, com previsão de entrega para abril de 2016. 


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