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Estado de Minas

Mordida do Leão impede novos membros da classe média de juntar dinheiro

Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal defende limite de isenção de R$ 2,8 mil. Hoje quem ganha R$ 1,7 mil mensais é obrigado a declarar


postado em 13/05/2014 06:00 / atualizado em 13/05/2014 07:28

A alta da renda das famílias não foi suficiente para que sobrasse mais dinheiro no bolso dos consumidores. Pelo contrário. Ao ganhar mais, essas pessoas que ascenderam à classe média também passaram a pagar mais tributos, não só indiretos, sobre tudo o que consomem, mas especialmente diretamente ao governo.

Pelos cálculos da Receita Federal, quem ganha hoje acima de R$ 1,7 mil mensais é obrigado a declarar o do Imposto de Renda (IR). Isso inclui contribuintes como Iranildo, que apesar de receber menos de dois salários mínimos por mês, ao fazer bicos como garçom, segurança e vendedor de latinhas, obtém renda suficiente para ser alvo da sanha do leão.

“Não é justo”, destaca o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), Cláudio Damasceno. Segundo cálculos da entidade, a tabela do IR está defasada em 61% desde 1995. “Portanto, o limite de isenção deveria ser de R$ 2,8 mil, o que quer dizer que um trabalhador que ganha hoje R$ 3 mil, e que paga uma alíquota de 15%, deveria estar numa faixa de tributação menor”, emendou o dirigente.


Levantamento feito pelo Sindifisco mostra que a defasagem na tabela do IR atingiu no governo Dilma Rousseff quase o dobro do montante acumulado durante o segundo mandato do ex-presidente Lula (veja arte). Por conta da disparada da inflação, a defasagem na tabela de correção do IR deverá alcançar 6,62% ao fim dos quatro anos de governo Dilma, levando em conta a expectativa de alta do IPCA em 6,5% em 2014.

“Ao não corrigir a tabela pela inflação real, o governo passou a tributar mais a sociedade. E quem está pagando essa conta é justamente os trabalhadores que eram pobres, mas que só agora passaram a ser reconhecidos como classe média”, disse o sindicalista. “Essas pessoas conseguiram bons reajustes salariais nos últimos anos, mas desse bolo, ficaram apenas com a raspa do tacho, já que a inflação engoliu uma parte da renda e a defasagem do IR, o restante”, afirmou. “O que aconteceu foi uma troca de mão. O dinheiro saiu dos bolsos dos patrões e foi para os cofres do governo.” No meio dessa negociação, o trabalhador até viu a cor desses recursos. Mas foi por pouco tempo.

Enquanto isso...
…cresce o uso de cartões


Segundo o Banco Central, o faturamento dos mercados de cartões de crédito e de débito atingiu R$ 534 bilhões e R$ 293 bilhões, respectivamente, no ano passado. A alta foi de 14,7% e 23,4% em relação a 2013. Foram realizadas 5 bilhões de transações com cartões de crédito e 4,9 bilhões com cartão de débito, aumento de 12,2% e 18,9%, respectivamente. Por outro lado, o uso de cheques caiu 9,3% em 2013 na comparação com o ano anterior, enquanto as quantidades de operações de débito direto e de transferência de crédito aumentaram 16,7% e 6,4%, respectivamente. Em relação à utilização dos canais de atendimento das instituições financeiras, o atendimento pela internet prevaleceu no ano passado, respondendo por 39,5% das operações realizadas, o que significa crescimento de 23,1% sobre 2012.


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