O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira, que é necessário "preservar o fortalecimento da Petrobras". Em resposta a parlamentares durante audiência em comissões da Câmara, Mantega disse que o governo federal de fato desenhou um modelo de exploração de petróleo que fortalece a estatal brasileira e a consagra como principal operadora. "Isso não exclui o setor privado", argumentou.
"Nós, portanto, defendemos o modelo estabelecido aqui e a mudança desse modelo causará prejuízos à população. É um setor estratégico", disse. "É uma empresa eficiente, que tem tecnologia de ponta e temos que preservar o fortalecimento da Petrobras e legar isso aos brasileiros", concluiu.
Processo da CVM
Mantega também afirmou que "vai acompanhar" o processo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra o diretor financeiro e de relações com investidores da Petrobras, Almir Barbassa. "Se não me engano, foi feito um fato relevante quando se estudava a fórmula de indexação e talvez a CVM tenha entendido que isso mexia com mercado", afirmou, após ser questionado por parlamentares sobre o assunto. O ministro disse, ainda, que "não é incomum" ocorrer interpelação da CVM.
O vazamento de informações na imprensa sobre a criação de uma metodologia para o reajuste de combustíveis pela Petrobras, no fim de 2013, levou a CVM a abrir um processo sancionador contra Barbassa. O órgão regulador identificou alta expressiva nas ações da estatal no pregão de 5 de setembro de 2013, quando os papéis ON (com direito a voto) e PN (preferenciais) subiram 5,07% e 5,70%, respectivamente. O movimento foi considerado atípico e relacionado a notícias e informações vazadas.