As economias emergentes seguem tendo crescimento mais elevado do que as avançadas, mas muitos países que estão no primeiro grupo vêm apresentando desaceleração. Mas este processo, segundo o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, "deve ser visto com naturalidade". "A China consolida um ritmo de crescimento no patamar de 7% a 7,5% ao ano. É um crescimento inferior à média observada nos últimos 14 ou 15 anos, mas que representa, hoje, contribuição maior para a economia mundial", afirmou em seu discurso de encerramento no XVI Seminário de Metas para a Inflação, no Rio.
Em relação aos países da América Latina, Tombini afirmou que a maioria continua com boas perspectivas de crescimento, apesar da desaceleração nos últimos anos. "Alguns países da região têm sido afetados pela redução do ritmo de crescimento e redirecionamento da demanda na China e suas implicações sobre o preço das commodities", disse o presidente do BC. Apesar disso, ele ressaltou que os termos de troca continuam historicamente elevados.
Diferentemente do histórico da América Latina, vulnerável à volatilidade do mercado internacional, hoje os países têm fundamentos econômicos mais sólidos, disse Tombini. "A maior parte dos países apresenta fundamentos econômicos e financeiros sólidos e melhores condições de assegurar a estabilidade", destacou. Ainda segundo o presidente da autoridade monetária, os sinais são de que os efeitos da crise de 2008 sobre as economias estão ficando aos poucos para trás.