Depois de cancelar os contratos das empresas contratadas para compor a nova praça de alimentação do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, a Infraero definiu os nomes que vão prestar o serviço de alimentação até a concessionária assumir a administração definitiva. Ao todo, serão 14 lanchonetes e restaurantes, incluindo sanduicherias, cafés e uma choperia, durante a Copa do Mundo.
As lanchonetes e restaurantes ficarão divididos em quatro áreas. No primeiro andar, os passageiros terão seis alternativas na área pública: as redes de fast food Bob’s e Subway; a Confeitaria Suplicy; a Cafeteria Delta; a choperia Backer e a lanchonete Do Rosa. Em obras, a área antes dividida pelo Bob’s com outras duas lanchonetes será destinada exclusivamente para a hamburgueria. No segundo andar, permanece a Sá & Pimenta no mezanino, assim como a Casa do Pão de Queijo, Viena Snacks e La Selva na sala de embarque.
Na assinatura do contrato de concessão do aeroporto, o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, tinha dito que, a pedido do consórcio selecionado para operar Confins, não seria instalada a praça de alimentação no terceiro andar do terminal de passageiros, como estava previsto inicialmente no projeto de engenharia. Mas, diferentemente do que ele havia dito, duas lanchonetes serão instaladas no terraço ao lado dos dois restaurantes. Lá, ficarão as redes de fast food Batata Inglesa e Carl’s Junior, ambas pertencentes ao grupo International Meal Company (IMC), com forte atuação nos aeroportos da Infraero.
A primeira é uma rede de batatas recheadas criada há 30 anos no Rio de Janeiro. A outra é uma hamburgueria da Califórnia, com mais de 70 anos. A proposta da lanchonete é ter sanduíches mais sofisticados que os das redes mais tradicionais. É o segundo aeroporto que terá uma unidade da Carl’s Junior – Guarulhos foi o primeiro.
Pela reforma, seriam 12 lanchonetes no mesmo espaço, compondo uma grande praça de alimentação, o que induziria a concorrência entre elas. A revisão da proposta foi feita depois de o espaço ter sido todo reformado, dias antes de as empresas assinarem o contrato e terem o aval para iniciar a instalação de suas cozinhas. Tal alteração foi feita a pedido da concessionária BH Airport. Depois da mudança de planejamento, a estatal cancelou 12 licitações, inclusive a da lanchonete de preços populares. Com isso, o projeto de induzir a redução de preços fica comprometido. Os novos contratos são provisórios, permitindo que o grupo que vai assumir a operação de Confins em agosto faça novas contratações, de acordo com seu projeto.
No aguardo
Em vez da praça de alimentação, na Copa do Mundo no terceiro andar será implantada a Fun Zone da Caixa Econômica Federal. O espaço de entretenimento será uma alternativa para os passageiros que aguardam voos acompanharem as partidas da Copa do Mundo, com telão, animadores, caixas eletrônicos e outras atividades básicas.
A melhoria da avaliação dos serviços prestados no aeroporto inclui a redução nos preços pagos pelos passageiros nas lanchonetes. Em Confins, a nota mais baixa na última edição da pesquisa de percepção dos passageiros da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República foi exatamente para o valor da alimentação. De 1 a 5, a nota dada foi 2,16 no primeiro trimestre, abaixo da média nacional.
Ajustes no puxadinho
Uma equipe técnica da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) fez uma extensa vistoria das obras do pátio de aeronaves, do terminal de passageiros e do terminal provisório do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, para avaliar as intervenções feitas pelas empresas contratadas pela Infraero. A agência reguladora não divulga os resultados, mas pelo menos nas obras do puxadinho haverá necessidade de ajustes. Nova vistoria foi marcada para terça-feira.
A agência reguladora informa, por meio de nota, que “só é possível saber se todas as obras estão aptas a serem homologadas e se há pendências após a conclusão do relatório de inspeção”. A Anac destaca que um relatório com as conclusões será elaborado, mas não tem data para ser divulgado, podendo acontecer até mesmo depois do início da Copa do Mundo. E diz que a responsabilidade pela divulgação é da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, que, procurada, não deu resposta até a noite de ontem.
Segundo o gerente comercial da Urbtopo, empresa integrante do consórcio contratado para executar as obras do terminal provisório, Henrique Abreu, a agência reguladora indicou pontos que precisam ser refeitos para a próxima vistoria. Ele diz que são pequenas correções na reforma, o que não compromete a entrega do terminal até o prazo definido pelo governo federal. A Infraero determinou que a obra deve ser concluída até o dia 31, sendo que o prazo inicial era março. O terminal provisório deve receber voos executivos internacionais durante a Copa do Mundo.
Pelo site do Portal da Transparência, 43% das obras físicas do puxadinho foram executadas até o balanço de abril; enquanto no terminal de passageiros a execução é de 56% e de 35% do projeto que engloba o pátio de aeronaves e a pista de pouso e decolagem.
Diante dos atrasos em boa parte da malha aeroportuária, o ministro da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Moreira Franco, defendeu que a Infraero deve ser cobrada no mesmo nível das concessionárias privadas, com fortes punições. Em Viracopos (Campinas – SP), a não entrega do terminal no prazo contratual pode gerar multa de até R$ 170 milhões. “Existe um ambiente no país de não cumprimento de contratos, que gera instabilidade”, disse ontem durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. “Nossa expectativa é que haja consequências palpáveis pelo não cumprimento desses contratos.” (PRF)