O secretário adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes, informou nesta segunda-feira que a projeção de aumento das receitas administradas pelo órgão para este ano passou a ser 3%. Anteriormente, a estimativa era até 3,5% mas, diante de um novo cenário, que inclui a redução das compensações de impostos por empresas, por exemplo, os técnicos foram obrigados a fazer nova previsão.
“Precisamos ter um lapso temporal maior para analisar o cenário. O comportamento das receitas em um ano não se repete no ano seguinte. Sempre [está] sujeito a revisões a posteriori”, destacou.
Ele lembrou que, no primeiro trimestre, houve um impacto positivo nos recolhimentos de impostos, em função das compensações feitas pelas empresas. No entanto, evitou falar sobre a entrada em vigor de novas alíquotas de impostos sobre bebidas frias (cervejas, refrigerantes, isotônicos e refrescos) e sobre o aumento de outros impostos. “A gente constrói os cenários. O poder decisório de aumento ou não de impostos não é da Receita Federal. São cenários colocados para o ministro da Fazenda, para a Casa Civil e Presidência República”, disse. A estimativa de arrecadação extraordinária este ano está em R$ 28,4 bilhões.
No dia 13 de maio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o adiamento por três meses da decisão de aumentar os impostos para o setor de bebidas frias. A previsão era que o reajuste entrasse em vigor em 1º de junho.
O coordenador de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Rodrigues, que acompanhou a entrevista do secretário adjunto da Receita, disse que o ministro ainda não fechou os percentuais de reajuste de impostos para o setor de bebidas frias. “Será em três parcelas. O ministro está conversando com os setores, mas ainda não tomou nenhuma decisão sobre o reescalonamento e sobre os percentuais. Pode até ser depois de setembro [mais de 90 dias, como tinha anunciado Mantega]”, disse.