O pedido feito nesta terça-feira, 27, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte adie o julgamento dos planos econômicos, previsto para amanhã, teria sido motivado por erro da Procuradoria no parecer sobre o assunto. Segundo fontes do próprio Supremo, "o Ministério Público teria admitido, reservadamente, que há erros na perícia feita pelo órgão e encaminhada ao tribunal" e, por isso, quer novo prazo para refazer a perícia. O pedido do MP se junta às petições no mesmo sentido da Advocacia-Geral da União, Banco Central e das instituições financeiras. E com isso, aumentam as chances de o STF adiar mesmo o julgamento. Ainda ontem, um dos três relatores dos processos sobre o assunto havia adiantado que o pedido da Procuradoria seria mais um argumento em prol do adiamento.
A Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif) também havia apontado incongruências no parecer do Ministério Público. E pediu, hoje pela manhã, que o Supremo abrisse prazo para que o MP fizesse nova perícia sobre o impacto financeiro de uma possível derrota dos bancos. Além disso, pede a Consif que o STF convoque uma audiência pública para debater o assunto. Um outro ministro, que também relata o caso, defendeu reservadamente o adiamento, mas afirmava que precisariam apresentar ao plenário um motivo razoável para postergar a decisão. O pedido do MP e o reconhecimento de que haveria erros pode servir de argumento para convencer o plenário da Corte.