São Paulo – O governo aposta que uma queda da inflação neste segundo trimestre ajudaria a reverter o baixo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no ano. No trimestre, a economia cresceu apenas 0,2%. Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, caso se confirmem as projeções de variações mensais mais brandas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), isso significaria mais dinheiro no bolso da população para comprar bens e serviços, o que ajudaria a alavancar o crescimento econômico em 2014.
“A inflação subiu um pouco em janeiro, mas subiu mais forte em fevereiro e em março. Isso prejudica o consumo das famílias, que teve um desempenho fraco fundamentalmente por causa da inflação”, disse o ministro. Ele também elencou o crédito “caro e escasso” como um dos motivos do menor desempenho do consumo das famílias, que encolheu 0,1% no primeiro trimestre do ano.
Para os próximos meses, lembrou o ministro, a situação deverá ser ainda melhor, já que o próprio mercado financeiro espera uma variação ainda menor dos preços. Em junho, a alta esperada é de 0,3% e, em julho, de apenas 0,25%. São números que, à primeira vista, trazem certo alívio, mas, para especialistas, não traduzem o real quadro dos preços no país.
Culpados Mantega resolveu procurar culpados para justificar os maus resultados do PIB. Nas broncas, sobrou para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, segundo ele, teria demorado a liberar empréstimos para investimentos, e, até mesmo, para as instituições financeiras, que “resolveram ganhar mais” de seus clientes. Mantega deu a entender que foi o aumento dos lucros bancários e não a alta dos juros básicos da economia que reduziu o consumo interno neste início de ano.