Com inflação alta e juros maiores, a produção industrial caiu pela segunda vez consecutiva. Segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recuo em abril foi de 0,3%, ante 0,5% em março na série com ajuste sazonal. Em relação a abril de 2013, a produção registrou forte baixa de 5,8%, a maior queda desde setembro de 2009, quando a taxa caiu 7,3%.
O setor iniciou o ano em queda de 2% em janeiro, cresceu 4,6% em fevereiro e depois voltou a cair 0,7% em março último, sempre na comparação com igual mês do ano anterior. Com os resultados divulgados, a produção industrial brasileira fechou os primeiros quatro meses do ano com queda de 1,2%, comparativamente ao resultado acumulado dos primeiros quatro meses de 2013. Já a taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, mesmo tendo avançado 0,8% em abril deste ano, mostrou, segundo o IBGE, “clara redução no ritmo de crescimento" frente ao resultado verificado em março, quando o crescimento foi 2,1%.
Na avaliação do IBGE, em abril o setor industrial voltou a mostrar “um quadro de menor ritmo produtivo, expresso não só no segundo mês seguido de queda, mas também no predomínio de taxas negativas, em que três das quatro grandes categorias econômicas e a maior parte das atividades apontaram redução na produção”.
Setores
Entre as atividades da indústria, as principais influências negativas foram registradas nos ramos da metalurgia (-2,7%), minerais não-metálicos (-1,5%) e madeira (-3,2%). Por outro lado, os setores que contribuíram para uma perda menor foram os alimentos (2,6%), perfumaria e higiene pessoal (3,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (4,9%).
PIB
O fraco desempenho da indústria já havia sido apontada pelo Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre. No período, o setor registrou queda de 0,8% em relação ao quarto trimestre de 2013, a maior baixa desde o segundo trimestre de 2012. O ritmo de avanço da economia do país caiu de 0,4% para 0,2% entre o último trimestre de 2013 e janeiro a março. (Com agências)