O número de empregados no setor automotivo chegou em maio ao nível mais baixo desde dezembro de 2012, quando tinha 151,7 mil funcionários. Durante todo o ano de 2013 e nos primeiros quatro meses deste ano, as montadoras empregavam mais de 153 mil pessoas, chegando a somar 159,6 mil trabalhadores no ponto mais alto, em outubro do ano passado. Desde então, contudo, o setor passou a demitir mês a mês e contabiliza em sete meses 7,3 mil demissões.
A indústria automobilística fechou o mês de maio com 152,3 mil funcionários, número que representa uma queda de 1,2% sobre abril e de 4,5% ante outubro do ano passado, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgados na manhã desta quinta-feira, 5.
O presidente da instituição, Luiz Moan, creditou "boa parte" da redução dos postos de trabalho ao Programas de Demissão Voluntário (PDV) adotado neste ano pelas montadoras. "Nossa associadas continuam adotando todos os mecanismos possíveis de flexibilização no sentido de manutenção dos postos de emprego", disse Moan.
Em maio de 2012, quando o governo decidiu pela redução da alíquota do IPI para automóveis e propôs como contrapartida a manutenção dos empregos no setor, a cadeia automotiva empregava 147 mil pessoas. "Desde o ano passado venho dizendo que estamos em um quadro de estabilidade no emprego, acima de 150 mil", disse Moan.
Ele citou ainda "um ajuste negociado com caso específico de encerramento e transferência de linha de produção". No final de 2013, a GM decidiu descontinuar a linha de produção do Classic na cidade de São José dos Campos, interior paulista, após desentendimentos com o sindicato da região. No total, cerca de mil funcionários foram desligados da montadora ao longo do ano passado.
As decisões sobre quadro de pessoal, diz Moan, se devem não só às vendas, mas também à produção de veículos. No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, a produção caiu 13,3%, enquanto as vendas recuaram 5,5% e as exportações, 31,6%.